Tratamentos para depressão: veja as opções e se existe cura

Atualizado em 09 de agosto de 2019

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POR Bruno Botelho dos Santos

A depressão é um transtorno mental que se apresenta com um sentimento de tristeza que dura, no mínimo, duas semanas, e também pela perda da vitalidade. Isso faz com que se formem um conjunto de sinais e sintomas que causam o sofrimento e afetam a qualidade de sua vida social, familiar ou profissional.

Muitos pensam que a depressão é apenas frescura. Mas não, ela é uma doença e grave! Por isso, é fundamental que a pessoa faça os tratamentos corretamente, já que a batalha contra a depressão é diária. Quando detectada no início, pode ser tratada apenas com o acompanhamento psicológico, em casos mais avançados, é preciso aliar esse trabalho ao de um psiquiatra, que administrará remédios.

Saiba como tratar e quais são os principais tratamentos para depressão.

Tem cura?

Essa é uma das dúvidas mais comuns quando se trata da doença. Ao contrário do que muitos pensam, a depressão pode ter cura sim! Porém, as suas causas ainda não são totalmente claras. Com isso, não existe apenas um, mas diversos tipos de tratamentos para depressão.

Para curar e/ou amenizar o quadro de depressão, existem alternativas de tratamento, que podem ser feitos separadamente ou em conjunto. Só que todos esses métodos vão variar de acordo com cada pessoa, por isso é fundamental um acompanhamento profissional. Apenas ele conseguirá definir o tipo de tratamento necessário para a pessoa.

Tratamentos para depressão

As intervenções para os quadros são variáveis de acordo com a intensidade com que o transtorno de manifesta em cada paciente e os sintomas que ele apresenta.

Existem formas de intervenções medicamentosas com o emprego de antidepressivos e outras que descartam a ingestão de psicotrópicos e se valem unicamente das diversas formas de psicoterapia que são disponíveis.

“Em casos de menor risco, o paciente pode ser encaminhado para a psicoterapia sem o uso de remédios”, explica Pedro Mario Pan, doutor em psiquiatria pela escola Paulista de Medicina.

Além dos remédios e acompanhamento psicológico, o psiquiatra explica que têm surgido novas formas de tratamentos. Confira algumas delas:

Eletroestimulação

A eletroestimulação é um procedimento não cirúrgico realizado através de um aparelho colocado sobre a cabeça do paciente que emite ondas magnéticas que ultrapassam o crânio e afetam as áreas cerebrais relacionadas ao distúrbio.

Atividades físicas

Atividades físicas e exercícios são fundamentais para qualquer pessoa, apresentando ela doenças ou não, já que apresentam diversos benefícios e melhorias para a saúde e bem-estar. Estudos também já comprovaram a eficiência da prática de atividades físicas para atenuar os sintomas depressivos.

Alguns dos principais benefícios que a atividade física pode trazer, são:

  • Melhorar a autoestima e qualidade de vida;
  • Distração dos estímulos que causam estresse;
  • Maior controle sobre o seu corpo e sua vida;
  • Aprimorar a capacidade, e função, respiratória;
  • Aumentar os estímulos ao sistema nervoso central, influenciando na memória recente e as funções motoras;
  • Auxiliar na interação social, já que proporciona o convívio com outras pessoas e então melhora sua vida social, familiar e, até mesmo, profissional.

Medicina Alternativa

A medicina alternativa é outro método que pode auxiliar muito como tratamento para depressão, já que traz outras possibilidades à alopatia que podem trazer conforto ao paciente.

“O tratamento para depressão consiste em combinar os óleos essenciais a diversas práticas como meditação, reiki e técnicas de respiração, trazendo para a reflexão sobre o que se pode fazer de forma ativa e não apenas passiva.

Checar alimentação e ambiente em que vive e/ou trabalha também é essencial”, explica Beatriz Yoshimura, diplomada em aromaterapia holística pelo ´Tisserand Institute´ de Londres e fundadora da Aromaflora (Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Aromaterapia)

Óleos essenciais

A terapeuta explica que existem óleos essenciais que possuem a capacidade de transmutar o quadro depressivo, como a mexerica (bergamota), o capim limão, o gerânio, a sálvia esclareia, a rosa, o néroli, o jasmim, o ylang ylang.

“Tudo depende do que se observar no quadro da pessoa com depressão. O uso deve ser intenso, ou seja, o dia inteiro, através de aromatizadores pessoais e consultas a cada 15 dias para checagem e alteração de sinergia aromática. Os cítricos costumam dar mais leveza quando é o que falta. Capim limão e litsea cubeba para quem se sente desvitalizado. Já as flores acalmam e equilibram. O cedro e o sândalo ajudam os que estão se sentindo muito inseguros”, completa.

Como identificar se o seu médico é um bom profissional?

Para assegurar a especialização de médico, o Dr. Mário sugere que sejam feitas pesquisas do profissional escolhido no site do Conselho Regional de Medicina e também a Associação Brasileira de Psiquiatria.

O psiquiatra alerta que assim como vivenciamos uma prescrição excessiva do quadro de depressão e, consequentemente, experimentamos o excesso de medicalização, também é preciso considerar a falha no diagnostico e falta de identificação.

“Infelizmente esse cenário acontece geralmente com a população mais carente. Se por um lado há a falha no diagnóstico para o excesso de quadros classificados erroneamente como depressão, temos dados que provam que a parcela mais carente da população não tem acesso a uma avaliação de qualidade e, caso tenha, tem dificuldade para adquirir a medicação receitada”, explica Dr. Mário.

Considerando o quadro de desigualdade social e falta de atendimento médico às populações vulneráveis, Dr. Mário considera que o médico sem especialização em psiquiatria também esteja apto para prestar atendimentos de urgência em postos de saúde e não permitir que os pacientes permaneçam sem assistência profissional.

“Um médico do posto de saúde pode prescrever o tratamento, pois o que geralmente se insere dentro da lógica do sistema de saúde é que ele tenha um gerenciamento de casos por meio de supervisões e tutorias com especialistas, e que os casos que não respondam a uma primeira linha sejam encaminhados para outros profissionais, então, em minha opinião, não acho que seja errado que o médico não especialista inicie o tratamento nos casos de maior urgência”, completa.