Rivotril: bula, o que é, para que serve, efeitos colaterais e preço

Atualizado em 23 de maio de 2019

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POR Mariana Amorim

As doenças psiquiátricas estão cada vez mais comuns nos dias de hoje e, para aliviar as tensões da mente, alguns medicamentos são importantes para pessoas em tratamento. Um dos mais famosos é o Rivotril, que tem clonazepam como princípio ativo, e está na lista dos remédios mais vendidos no Brasil.

Trata-se de uma droga controlada pelo Ministério da Saúde e com tarja preta na embalagem – que sinaliza medicações com alto risco de efeito colateral e com contraindicações –, portanto só pode ser vendida com prescrição médica e retenção de receita.

Não à toa, você deve ter algum conhecido ou até mesmo ouvido falar em alguém que precise fazer uso recorrente de Rivotril, seja para driblar sintomas incômodos da ansiedade, como a taquicardia e a falta de ar, como para conseguir dormir.

Por isso, confira mais detalhes sobre este remédio, seus principais cuidados, indicações e efeitos colaterais.

Composição

Clonazepam é o princípio ativo de Rivotril, que tem como principais propriedades a inibição de determinadas funções do sistema nervoso central.

É possível encontrar o medicamento em comprimidos e solução oral, com excipientes como lactose, amido pré-gelatinizado, estearato de magnésio, celulose microcristalina.

Outros nomes comerciais

Rivotril, produzido pelo laboratório Roche, é o mais conhecido remédio que tem o clonazepam como princípio ativo. No entanto, há genéricos e similares no mercado, tais como o clopam e o clonotril.

Benzodiazepínicos

Benzodiazepínico é nome de um grupo de determinados medicamentos que surgiram na década de 1950 e têm ação calmante no organismo.

Eles vieram para substituir os barbitúricos, outro grupo que tem como carro-chefe o Gardenal, que têm ação muito parecida de acalmar o corpo, mas apresenta muito mais riscos à saúde do paciente e possibilidade de intoxicação.

No grupo dos benzodiazepínico, além do Rivotril, há o Librium (clordiazepóxido), Valium (diazepam) e Lorax (lorazepam).

Para que serve Rivotril?

Conforme explica Henrique Bottura, psiquiatra da Clínica Psiquiatria Paulista e do Hospital das Clínicas de São Paulo, Rivotril é um calmante e ansiolítico que ajuda a reduzir de forma aguda quadros ansiosos.

Sua principal indicação é no Transtorno do Pânico e no Transtorno de Ansiedade Social. No entanto, também é bastante usado em pacientes que estão sendo introduzidos ao uso de antidepressivos. “Em alguns quadros depressivos o nível de ansiedade pode ser tão alto que o clonazepam se faz preciso para a conciliação do sono”, ressalta o psiquiatra.

Distúrbio epiléptico

Embora muitas pessoas não saibam, a bula do Rivotril diz que sua principal função é agir no tratamento de crises epilépticas, como as do tipo ausência e foto mioclônica.

Transtornos de ansiedade

Talvez o controle da ansiedade seja a maior razão pela qual Rivotril é tão popular entre as pessoas. É eficaz principalmente no tratamento de transtorno do pânico em curto prazo com ou sem agorafobia, que é o medo de lugares e situações que possam causar crises ansiosas.

Distúrbios do sono

Os sintomas físicos da ansiedade permeiam a taquicardia e a insônia. Por isso, muitos médicos receitam Rivotril para quem tem problemas em pegar no sono.

Transtornos do humor

Estudos apontam que Rivotril ajuda na redução dos sintomas de mania em pacientes que estão passando por uma crise, como os que apresentam transtornos bipolar.

Indicação

As indicações mais comuns para o uso do Rivotril são transtorno do pânico, de ansiedade social e quadros de mania aguda do transtorno bipolar.

“É preciso ressaltar que para nenhum dos casos este medicamento deve ser administrado de forma isolada, portanto deve ser associado a outros remédios e retirado o quanto antes”, alerta Bottura.

É preciso lembrar que remédios psiquiátricos servem para ajudar o paciente a sair de uma zona de extremo sofrimento para, então, conseguir prosseguir um tratamento multidisciplinar e adequado com atividades como psicoterapia, atividade física, meditação e lazer.

Ação esperada

A reação esperada é a redução da sensação de ansiedade e de seus sintomas físicos desconfortáveis, bem como a sedação, de modo que é desencorajado fazer uso do clonazepam e dirigir ou operar máquinas.

Como tomar

De acordo com a bula do Rivotril, ele pode ser utilizado em gotas ou em comprimidos, com doses que variam de 0,25 mg/ml a 2 mg/ml.

Tanto o veículo, quanto a dosagem e o horário indicado para tomar vão depender do quadro do paciente.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais que podem aparecer com o uso do Rivotril estão relacionados ao efeito exagerado dos sintomas esperados. É o caso de sonolência extrema, dificuldade de concentração, fadiga e até mesmo sedação.

Assim como outros remédios , Rivotril pode causar dependência caso seja administrado sem acompanhamento psiquiátrico.

Engorda?

Não, Rivotril não é associado ao ganho de peso.

Contraindicação

O Rivotril não deve ser usado em pessoas com hipersensibilidade à classe de medicamentos benzodiazepínicos.

Também não deve ser usado em que tem doença de Alzheimer e doenças hepáticas graves.

Além disso, pessoas com histórico de dependência química precisam ficar longe deste remédio.

No geral, idosos também não podem usar Rivotril, pois este pode causar riscos para os sentidos.

Por fim, mulheres que estão passando por uma gestação ou amamentando não devem fazer uso do medicamento.

Interações medicamentosas

É preciso cautela ao fazer uso de Rivotril e ingerir bebidas alcoólicas, bem como fazer uso de outros medicamentos que agem no Sistema Nervoso Central.

Preço

No Brasil, uma caixa de Rivotril com cerca de 30 comprimidos custa em torno de R$ 8 a R$ 20, a depender da dosagem.

Fontes

Henrique Bottura, psiquiatra da Clínica Psiquiatria Paulista e do Hospital das Clínicas de São Paulo. CRM 108707

Roche. Bula Rivotril. Disponível em: www.dialogoroche.com/content/dam/brasil/bulas/r/rivotril/Bula-Rivotril-Paciente.pdf