Ritalina: para que serve, riscos e mais sobre ‘droga da produtividade’

Atualizado em 03 de julho de 2019

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POR Mariana Amorim

Ritalina é um medicamento composto por cloridrato de metilfenidato que tem indicação para o tratamento de casos específicos de dificuldade de atenção, como transtorno de déficit de atenção e/ou hiperatividade (TDAH) e transtorno hipercinético.

O que acontece, no entanto, é que muitas vezes a prescrição é desnecessária. “Não é raro ver crianças medicadas após dar um pouco mais de trabalho em relação à concentração na escola”, conta a psiquiatra Lívia Beraldo Basseres, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP (IPQ-USP).

Estudantes universitário também costumam fazer uso inapropriado deste medicamento para se concentrar durante o período de provas e entregas de trabalhos, o que é altamente inapropriado, visto que é uma droga que causa efeitos colaterais e dependência.

Confira mais informações sobre a ritalina, qual indicação para o seu uso, possíveis efeitos colaterais e mais.

Composição

Segundo informações da Novartis, grupo farmacêutico que vende a ritalina, cada cápsula do medicamento contém 10, 20, 30 ou 40 mg de cloridrato de metilfenidato.

A fórmula também contém excipientes, que são produtos usados para dar forma ao medicamento, como esferas de sacarose, copolímero de metacrilato de amônio, copolímero de ácido metacrílico, talco, citrato de trietila, macrogol, gelatina, dióxido de titânio, óxido férrico preto, óxido férrico vermelho, óxido férrico amarelo ou vermelho.

Para que serve

Tratamento de transtorno de déficit de atenção

O cloridrato de metilfenidato da ritalina confere a característica de estimulante do sistema nervoso central. Com isso, o remédio ativa locais pouco ativos do cérebro que estimulam a atenção e a concentração, além de reduzirem comportamentos impulsivos

Dessa forma, a ritalina é indicada para o tratamento de casos de TDAH – distúrbio comportamental que combina inquietação e falta de atenção.

Tratamento da narcolepsia

A narcolepsia acarreta crises de sonolência durante o dia, mesmo após o paciente ter tido uma boa noite de sono. A ritalina entra como medicação para cortar o efeito da doença.

Nomes comerciais

O metilfenidato pode ser encontrado como Ritalina, Ritalina LA e Concerta.

Indicação

Pote laranja com comprimidos brancos aberto em uma mesa.
Video_Creative/Shutterstock

A ritalina é um medicamento que deve ser usado somente com indicação de um médico psiquiatra em casos de transtorno de déficit de atenção e transtorno hipercinético, além de narcolepsia.

Ação esperada

O cloridrato de metilfenidato é um estimulante do sistema nervoso central que favorece a atenção e a concentração.

Como tomar

Em geral, o comprimido de ritalina indicado pelo psiquiatra deve ser tomado com água uma ou duas vezes ao dia.

O uso não deve ser feito por mais tempo do que o recomendado pelo especialista para evitar dependência.

Uso da ritalina para estudar e trabalhar

Por se tratar de um remédio psiquiátrico que provoca efeitos colaterais e tem risco de dependência, a ritalina não deve ser usada sem prescrição médica, principalmente para estudar ou em casos esporádicos nos quais se precise de concentração.

Efeitos colaterais

  • Diminuição do apetite
  • Nervosismo
  • Dificuldade para dormir
  • Náuseas
  • Boca seca
  • Dor de cabeça

Emagrece?

A ritalina emagrece de maneira indireta, já que tem perda de apetite como efeito colateral, contudo não é recomendado usar a medicação para este fim.

Contraindicação

Além do uso inadequado para trabalhar ou estudar, existem alguns casos em que o remédio é extremamente contraindicado:

  • Hipersensibilidade à fórmula
  • Hipertireoidismo
  • Tratamento com inibidores de monoamino oxidase (MAO)
  • Glaucoma
  • Feocromocitoma
  • Diagnóstico ou história familiar de síndrome de Tourette
  • Distúrbios cardiovasculares

Grávida pode tomar?

A ritalina não é indicada para gestantes. Lactantes também devem suspender seu uso.

Interações com medicamentos e alimentos

Os medicamentos abaixo não devem ser ministrados junto com a ritalina:

  • Inibidor da monoamina oxidase
  • Antidepressivos tricíclicos
  • Agonistas alfa-2, como a clonidina
  • Anticoagulantes orais
  • Anticonvulsivantes
  • Fenilbutazona
  • Medicamentos que influenciam o nível de dopamina no corpo, como os dopaminérgicos, usados para o tratamento da Doença de Parkinson ou psicoses
  • Remédios que aumentam a serotonina no corpo

Corta efeito do anticoncepcional?

Não há interação entre a ritalina e métodos contraceptivos.

Preço

O valor médio de uma caixa de ritalina com 30 comprimidos é de R$ 40.

Fontes

Psiquiatra Lívia Beraldo Basseres, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP (IPQ-USP).

Novartis. Bula da Ritalina. Disponível em: portal.novartis.com.br/UPLOAD/ImgConteudos/2678.pdf