Parkinson: sintomas iniciais e finais, causas e tratamento

Atualizado em 04 de outubro de 2018

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POR Gustavo Frank

Doença de Parkinson, conhecida também como Mal de Parkinson, é uma patologia que ataca o sistema nervoso do indivíduo e afeta, por consequência, seus movimentos.

Os sintomas de Parkinson, no início, são praticamente imperceptíveis, porém são progressivos e se tornam facilmente visíveis com o passar do tempo.

A doença também pode se manifestar de formas contrárias a tremores, tais como rigidez e lentidão nos movimentos. Entenda:

O que é Parkinson?

Parkinson é uma doença que afeta o sistema nervoso e o cérebro, provocando alterações na coordenação motora, rigidez, tremores e dificuldade para realizar movimentos simples, como andar, abrir uma porta ou segurar objetos.

É um distúrbio nervoso que acomete, em sua maioria, pessoas da terceira idade, embora existam casos precoces.

Tipos

 

Doença de Parkinson nos nervos.

Kateryna Kon/Shutterstock

Além do Parkinson idiopático — tipo clássico da doença—, 15% dos casos apresentam condições mais raras do Parkinsonismo, como as apresentadas abaixo:

Degeneração corticobasal: pode afetar processos mentais, personalidade e comportamento. Normalmente, apresenta efeito maior em uma das partes do corpo e pode causar a Síndrome do Membro Estranho, em que pernas e braços simulam ter vida própria.

Demência com corpos de Lewy: atingindo o funcionamento do cérebro, esse caso, além de promover tremores e rigidez, gera também alucinações e demência.

Parkinson induzido por medicamento: algumas drogas podem bloquear o funcionamento da dopamina, neurotransmissor que, quando em falta, provoca o descontrole do sistema nervoso e sua forma de resposta ao comando do cérebro.

Tremor essencial: possivelmente hereditário, essa forma de Parkinson pode dispersar o tremor, que passa das mãos para a cabeça, pernas, tronco e, até mesmo, cordas vocais.

Atrofia de múltiplos sistemas: progressiva, a atrofia de múltiplos sistemas é originada da produção de uma proteína no cérebro, causando degeneração das células nervosas e, consequentemente, desequilibrando funções como: movimento, equilíbrio e funções corporais inconscientes de órgãos vitais.

Paralisia supranuclear progressiva: semelhante ao Parkinson idiopático, alguns estudos creditam seu aparecimento à ação retardada de um vírus. Traumas, como acidentes ou batidas na cabeça, também são cogitados como origem.

Parkinsonismo vascular: esse caso é diagnosticado quando sintomas de derrame surgem espontaneamente e não progridem. Pressão alta e diabetes são causas prováveis.

Causas de Parkinson

Por ser uma condição degenerativa, os neurônios começam a perder a função ou simplesmente morrer.

Isso ocorre porque tais estruturas produzem uma substância chamada dopamina, que tem como função conduzir impulsos nervosos para o corpo. Quando deixa de ser produzida em decorrência da doença, lenta e progressivamente gera um vazio entre a comunicação das células com o cérebro – o que afeta o funcionamento do corpo e causa tremores pela perda da função muscular.

Existem duas causas possíveis, apontadas por especialistas e pesquisas:

Genética

Quando um familiar possui a mutação genética que causa a doença, existe chance que a transfira para seus descendentes. Há, inclusive, exames que podem detectar a possibilidade da transmissão hereditária.

Ambiente

Com incidência bem menor em relação ao anterior, Parkinson também pode ter como origem a exposição a toxinas e fatores ambientais.

Fatores de risco

Embora idade maior que 60 anos gere maior propensão ao problema, outros fatores também aumentam o risco de desenvolvê-la:

Hereditariedade

Ter um parente próximo com Parkinson pode aumentar a chances de aparecimento.

Gênero

Homens estão mais vulneráveis a sofrer com os sintomas de Parkinson do que as mulheres.

Exposição a toxinas

O contato com pesticidas e outros produtos com forte composição química também oferece perigo.

Incidência e faixa de risco

Embora também apresente casos raros em pessoas jovens, o número de pacientes com Parkinson é maior na terceira idade. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença.

Parkinson precoce

Quando diagnosticadas com Parkinson, pessoas mais jovens apresentam progressão mais lenta dos sintomas. No entanto, vale ressaltar que as manifestações são as mesmas em quaisquer idades.

Sintomas de Parkinson

Normalmente, os sintomas de Parkinson começam em um lado do corpo e, progressivamente, atingem o outro, como no caso dos tremores. Inicialmente, alguns deles podem passar despercebidos, já que sua progressão é gradativa.

  • Tremores — geralmente nas mãos e dedos, até quando está em repouso
  • Lentidão dos movimentos
  • Rigidez muscular
  • Inclinação do corpo para a frente
  • Redução dos movimentos
  • Diminuição ou desaparecimento de movimentos involuntários
  • Produção de saliva maior do que o normal
  • Dores musculares
  • Dificuldade para começar ou continuar movimentos
  • Constipação
  • Depressão
  • Demência
  • Desmaios
  • Perda de memória

Complicações

Por afetar o funcionamento de todo o corpo, desde o cérebro até as funções mecânicas dos membros, a doença pode trazer diversas complicações:

  • Problema no funcionamento da bexiga
  • Fadiga excessiva
  • Disfunção sexual
  • Distúrbios de sono
  • Retardamento mental, como perda de memória e demência
  • Alteração na pressão arterial
  • Ansiedade
  • Depressão
  • Constipação

Diagnóstico

Ainda não existem exames específicos para realizar o diagnóstico da doença, mas faz se necessária a busca por um neurologista.

Nesse caso, o médico irá analisar o histórico médico e avaliar os sintomas de Parkinson, além dos sinais presentes no dia a dia. É feito ainda exame neurológico e físico para confirmar algumas suspeitas e descartar a presença de outras doenças.

Parkinson tem cura?

Ainda não há cura. Quando diagnosticado, o paciente é tratado com medicamentos para amenizar os sintomas de Parkinson e desacelerar o progresso da doença. Em alguns casos, fisioterapia e  cirurgia são recomendadas.

Tratamentos

 

Médico e paciente.

BlurryMe/Shutterstock

Medicamentos

O uso de remédios é adotado para amenizar os tremores, por meio do aumento da produção de dopamina no corpo. Nesses casos, é comum que o paciente sinta melhora no começo, como um pico de ação, mas encare a diminuição ao longo do tempo. Isso se chama flutuação motora.

Fisioterapia

Procurar por um fisioterapeuta é importante para ajudar a controlar o movimento do corpo e evitar a atrofia dos membros.

Cirurgia

Quando não respondem aos medicamentos, os pacientes podem realizar cirurgia no cérebro. Há duas opções: na primeira, são implantados estimuladores elétricos para ajudar no movimento. Já na segunda, são eliminados os tecidos cerebrais que causam os sintomas de Parkinson.

Prognóstico

Como a doença não tem cura, é importante que o paciente trabalhe para manter um estilo de vida saudável e o alie ao tratamento, seja com medicamentos, fisioterapia ou cirurgia.

É importante também que o local em que a pessoa com Parkinson esteja sendo tratada seja moldado para facilitar seu movimento. O uso de corrimãos e utensílios adaptados para tarefas do dia a dia se fazem necessários.

Prevenção

Não há provas exatas sobre como prevenir, no entanto, sabe-se que a prática de exercícios físicos que fortalecem a musculatura do corpo pode gerar menor risco de desenvolver os sintomas de Parkinson.