Intoxicação alimentar: sintomas, causas, como tratar e prevenir

Atualizado em 10 de setembro de 2018

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POR Vinícius De Vita

Intoxicação alimentar ocorre quando ingerimos alimentos que contenham organismos prejudiciais à saúde, como bactérias, parasitas e vírus. Eles são comuns em alimentos mal cozidos, crus, preparados em condições inadequadas de higiene ou que permaneceram muito tempo armazenados ou deixados ao ar livre. O problema também pode ocorrer após comer algo sem lavar corretamente as mãos.

Trata-se de uma condição comum e que costuma desaparecer espontaneamente após alguns dias. No entanto, alguns tipos de intoxicação alimentar podem ser mais graves — neles, os sintomas tendem a demorar mais tempo para desaparecer.

O que causa intoxicação alimentar?

A intoxicação alimentar, como explicado, é provocada pela presença de micro-organismos em alimentos ou bebidas. Entre os principais, estão:

  • Campylobacter
  • Clostridium botulinum
  • Clostridium perfringens
  • Escherichia coli
  • Giárdia
  • Listeria
  • Norovírus
  • Rotavírus
  • Salmonella
  • Shigella
  • Staphylococcus aureus
  • Vibrio vulnificus

Essa contaminação pode acontecer por diversas razões, seja ainda no processamento (especialmente de carne animal) ou durante o preparo.

Falta de higiene ou uso de água contaminada para lavar frutas, legumes e vegetais são as causas mais comuns da intoxicação alimentar.

Fatores de risco

Os grupos que apresentam  de alto risco para o acometimento são:

Adultos mais velhos

O desempenho do sistema imunológico regride de acordo com a idade, o que o torna mais vulnerável à micro-organismos.

Grávidas

Nessa fase, alterações no metabolismo e circulação podem aumentar o risco de intoxicação alimentar.

Bebês e crianças

O sistema imunológico nessa fase ainda não está completamente desenvolvido, aumentando o risco de intoxicação alimentar.

Doentes crônicos

Ter uma condição crônica — como diabetes, hepatite ou AIDS — também pode prejudicar a resposta imunológica.

Pacientes imunodeprimidos

Quem faz tratamentos que enfraquecem a imunidade, como quimioterapia ou radioterapia, tem mais chance de manifestar o problema.

Sinais e sintomas de intoxicação alimentar

 

Africa Studio/Shutterstock

Geralmente, quem está com uma intoxicação alimentar sabe logo de cara do que se trata. Os sintomas de intoxicação alimentar são fáceis de serem notados e incluem:

  • Mal-estar generalizado
  • Náusea
  • Vômito
  • Dor de estômago
  • Diarreia
  • Dor de cabeça
  • Febre baixa
  • Sensação de cansaço sem razão aparente

Ao notar estes sinais, é indicado adotar alguns cuidados caseiros e observar se os sintomas melhoram. Se eles permanecerem ou piorarem, é hora de buscar ajuda médica.

Fique especialmente atento se surgirem os seguintes sintomas de intoxicação alimentar:

  • Febre alta (acima de 38 graus)
  • Sinais de desidratação, como boca seca, sede excessiva, fraqueza e tonturas
  • Presença de sangue no vômito ou diarreia

Quando procurar um médico?

Busque um médico principalmente  se você apresentar as seguintes manifestações:

  • Episódios freqüentes de vômito
  • Vômito sangrento ou fezes com sangue
  • Diarreia por mais de três dias
  • Dor extrema ou cólicas abdominais severas
  • Temperatura oral superior a 38° C)
  • Sinais ou sintomas de desidratação – sede excessiva, boca seca, pouca ou nenhuma micção, fraqueza grave, tontura ou tontura
  • Sintomas neurológicos, como visão embaçada, fraqueza muscular e formigamento nos braços

Diagnóstico

O diagnóstico de intoxicação alimentar é determinado por meio da análise do histórico do paciente e do exame físico.

Ainda pode ser necessário realizar exames, como os de sangue e de cultura de fezes .

Como tratar intoxicação alimentar

O tratamento para intoxicação alimentar consiste em ingerir muito líquido para repor o que foi perdido por meio de diarreia e vômitos e tomar cuidado com o cardápio.

Portanto, beba muita água e priorize uma dieta leve, livre de gorduras e de outros alimentos que possam prejudicar o processo natural de recuperação do organismo.

Invista no soro caseiro, um importante remédio caseiro para intoxicação alimentar capaz de evitar a desidratação e repor sais importantes.

Evite se automedicar. Apesar de analgésicos e antitérmicos serem vendidos sem necessidade de receita médica, é importante deixar que o próprio organismo trabalhe para se livrar do que provocou a intoxicação. Seguindo as recomendações acima, os sintomas devem melhorar gradativamente até desaparecerem por completo.

Tratamento médico

Se os sintomas da intoxicação alimentar não desaparecerem sozinhos em alguns dias, é importante buscar a ajuda de um especialista para entender o que pode estar acontecendo.

No pronto-socorro, você pode receber a medicação diretamente na veia — hidratação intravenosa — para amenizar os sintomas. Já na consulta médica, pode ser que sejam prescritos antibióticos (se a intoxicação for provocada por bactéria) ou outros medicamentos.

Complicações

A complicação mais preocupante é a desidratação, que é a perda severa de líquidos e sais minerais importantes para o organismo. Ela é mais comum em idosos, bebês e pessoas com imunidade reduzida.

Há dois tipos de bactérias que podem ser preocupantes:

Listeria monocytogenes: pode causar complicações na gravidez, como aborto espontâneo e danos neurológicos ao bebê.

Escherichia coli (E. coli): pode gerar síndrome urêmica hemolítica, problema que danifica o revestimento dos vasos sanguíneos nos rins, resultando em insuficiência renal.

Como prevenir a intoxicação alimentar?

 

Lavar frutas.

Vastram/Shutterstock

É perfeitamente possível prevenir episódios de intoxicação alimentar. Veja algumas dicas:

  • Lave sempre muito bem as mãos antes de cozinhar ou comer alguma coisa – principalmente na rua;
  • Mantenha os alimentos crus separados dos que já estão prontos para consumo. Essa prática é importante para evitar contaminação cruzada;
  • Cozinhe os alimentos na temperatura correta — isso ajudará a eliminar os micro-organismos que eventualmente estejam presentes na comida;
  • Coloque alimentos perecíveis na geladeira e/ou freezer o quanto antes;
  • Descongelar alimentos na temperatura ambiente também não é recomendado. Procure descer congelados para a geladeira ou colocá-los para aquecer no micro-ondas ou direto no forno;
  • Se tiver dúvidas a respeito da qualidade de algum alimento, ou se desconfiar que já passou do prazo de validade, jogue-o fora. Isso também vale para aqueles que você não sabe se foram preparados ou armazenados de forma segura. Você também pode conferir a aparência e sentir o cheiro para ter certeza de que o produto está apto para consumo.

 

Fontes

Centers for Disease Control and Prevention

Food Safety and Inspection Service