Só IMC não pode determinar se uma pessoa é saudável ou não

Atualizado em 03 de agosto de 2018

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POR Paula Ricupero

Desde a metade dos anos 1990, Índice de Massa Corpórea (IMC) tem sido usado para avaliar o peso de uma pessoa. Determinada pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua altura, a medida é, inclusive, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal referência para a classificação das diferentes faixas de peso.

Mas quando se trata da avaliação da saúde de um indivíduo, o índice IMC pode não ser suficiente para determinar se ele é saudável ou não.

Parâmetros para avaliar a saúde além do IMC

Quem diz isso é um estudo publicado no Jornal da Obesidade, que considera essa visão não apenas injusta, como também incorreta. Segundo os autores, há muitos outros parâmetros além do IMC que também são muito importantes e que precisam ser levados em consideração.

Mas antes, veja como é feita a classificação do Índice de Massa Corporal:

  • Entre 18.5 e 24.9 é considerado normal;
  • De 25 a 29.9 a pessoa está acima do peso;
  • A partir de 30 já é obesidade.

Nos Estados Unidos, esses valores podem até mesmo encarecer um plano de saúde, já que o sobrepeso pode aumentar os riscos de desenvolver diabetes e doenças do coração.

Para mostrar que essa lógico está errada, pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA), que fica em Los Angeles, fizeram um levantamento com 40.420 pessoas e analisaram a relação do IMC delas com outros parâmetros, como pressão arterial, glicose, resistência à insulina e níveis de colesterol e triglicérides.

O estudo constatou que 29% das pessoas obesas não eram totalmente saudáveis, ao mesmo tempo em que 30% dos indivíduos com IMC normal também apresentaram resultados insatisfatórios.

“Há dezenas de milhões de pessoas que estão acima do peso ou são obesas e que são perfeitamente saudáveis”, disso o autor da pesquisa. “Neste momento, temos como foco uma medida imperfeita como o IMC, enquanto deveríamos estar falando sobre saúde”.

Segundo os pesquisadores, é importante reconsiderar esse fato quando se olha para pessoas ativas, já que estas costumam ter uma proporção de massa muscular muito maior. Duas pessoas podem ter o mesmo IMC, sendo que uma tem maior gordura visceral – considerada um fator de alto risco para diversas doenças – e outra ter uma gordura subcutânea melhor distribuída.

Na hora de avaliar a saúde de um indivíduo, a sugestão é, portanto, que se faça uma avaliação muito mais rigorosa e abrangente da saúde, que inclua outros dados além do IMC.

Olhar apenas para esta medida dará um resultado limitador e, muitas vezes, não condizente com a realidade.