Diferença entre analgésicos e anti-inflamatórios: entenda de uma vez por todas

Atualizado em 13 de março de 2019

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POR Dr Entrega

Medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos são duas classes terapêuticas diferentes e indicadas a tipos distintos de enfermidades.

Quando você está passando por alguma complicação física e há a necessidade de melhorar, uma das mais efetivas e convencionais formas de tratamento é tomar algum remédio. Seja ele antibiótico, analgésico ou anti-inflamatório (estes, definidos como integrantes das classes de medicamento mais gerais e comuns), você, antes de mais nada, deve consultar um médico para obter um diagnóstico e, assim, começar o tratamento adequado.

Os medicamentos são divididos por diversos critérios, como ação farmacológica, estrutura química, ação sobre o sistema fisiológico, via de ingestão, etc.

Quando você vai a uma farmácia, normalmente a identificação do medicamento é definida por sua classe terapêutica, ou seja, sua indicação a um determinado tipo de enfermidade.

O que são medicamentos analgésicos?

Os medicamentos analgésicos são caracterizados pela ação contra dores, reduzindo-as e/ou aliviando-as. Estes agem de forma a diminuir ou interromper as vias de transmissão nervosa dos impulsos de dor que são liberadas pelo sistema nervoso central.

Dentro desta classe existe uma grande variedade de remédios, a qual é subdividida em:

Analgésicos narcóticos

Existem dois tipos de analgésicos narcóticos, os opiáceos (compostos encontrados no ópio – líquido extraído das sementes da papoula) que produzem uma forte ação analgésica e depressora do sistema nervoso central; e os opioides, que são derivados dos opiáceos e consistem em produtos sintéticos com estrutura química diferente, porém com atuação similar.

Este tipo de medicamento é utilizado para aliviar a dor aguda relacionada à cirurgia e outras intervenções médicas, bem como incômodos crônicos e súbitos.

Contraindicações

Medicamentos à base de ópio são obtidos apenas com uma receita médica, pelo fato de, muitas vezes, causarem dependência (pois são capazes de produzir dois efeitos, a euforia e o bem-estar).

Ao longo do uso, sua ação necessita de doses cada vez maiores para que os efeitos sejam mantidos, e por isso que é possível ocorrer a dependência. Além disso, também é necessária a receita médica pela possibilidade deste medicamento provocar alguns dos seguintes efeitos colaterais:

  • Sonolência
  • Constipação intestinal
  • Retenção de urina
  • Náusea
  • Vômito
  • Alterações de humor
  • Tontura
  • Coceira
  • Sonhos estranhos ou alterações no pensamento;
  • Alucinações
  • Respiração lenta ou distúrbios respiratórios

Exemplos de analgésicos narcóticos

Morfina e Codeína: opiáceos de origem natural;

Hidroxicodona, Oximorfona, Tylex: opioides de origem semi-sintética (ou semi-natural);

Tramadol e Metadona, paco: opióides de origem sintética.

Analgésicos não narcóticos

São estes os medicamentos que agem a nível periférico, normalmente indicados para a dor leve ou moderada, ou ainda como auxiliar na atuação de analgésicos narcóticos ou anestésicos. Estes fármacos são mais comumente utilizados no controle da dor devido à baixa toxicidade na maioria dos casos.

Normalmente estes remédios não necessitam de prescrição médica.

Efeitos colaterais

Algumas das reações adversas deste tipo de medicamento podem ser caracterizadas por:

  • Hepatotoxicidade e disfunção hepática
  • Insuficiência renal
  • Gravidez ou suspeita de gravidez
  • Hipersensibilidade ao princípio ativo do fármaco.
  • Analgésicos não opioides podem desenvolver reações adversas sobre o organismo de formas distintas (por terem estruturas químicas diferentes)

Por isto, é sempre recomendado ler a bula antes de utilizar de qualquer medicamento.

Exemplos de analgésicos não opioides

  • Paracetamol
  • Ácido acetilsalicílico, conhecido popularmente pelo nome de Aspirina
  • Dipirona sódica, conhecido popularmente apenas com Dipirona
  • Novalgina
  • Alginac
  • Torsilax
  • Neosaldina
  • Buscopan
  • Tylenol
  • Dorflex
  • Proctosan
  • Mioflex
  • Benegrip
  • Bioflex
  • Ana-flex
  • Cefalex

O que são medicamentos anti-inflamatórios?

São basicamente os remédios capazes de amenizar e/ou parar a inflamação dos tecidos e seus sintomas subsequentes (dor e febre). Ou seja, possuem também propriedades analgésicas e antitérmicas.

Geralmente, são divididos em dois grupos, os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) e os anti-inflamatórios esteroidais (corticoides).

Estes grupos se diferenciam devido aos seus mecanismos de ação, os AINEs funcionam de maneira a impedir a ativação de certos hormônios e sinalizadores inflamatórios, já os anti-inflamatórios corticoides impedem a produção destes hormônios e sinalizadores.

Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)

A atuação destes medicamentos é feita principalmente pela inibição da enzima denominada ciclooxigenase (COX). Existem dois tipos dessa enzima, a ciclooxigenase 1 (COX-1) e a ciclooxigenase 2 (COX-2).

Há fármacos que são capazes de inibir as duas enzimas de uma vez, essas chamadas de não seletivas. Contudo, outros medicamentos agem ativamente na inibição específica de apenas uma das ciclooxigenases.

Inibidores não seletivos

Os AINEs não seletivos da COX inibem a produção de prostaglandinas na mucosa gastrointestinal, podendo causar gastroduodenite, úlcera gástrica e sangramento digestivo.

Exemplos deste tipo de medicamento;

  • Acetaminofeno
  • Ibuprofeno
  • Diclofenaco
  • Flanax
  • Voltaren
  • Alivium
  • Cataflam
  • Diclofenax
  • Toragesic
  • Xefo
  • Tenoxicam
  • Tandrex

Ciclogenase 1 (COX-1)

Os medicamentos seletivos da COX-1 podem causar menos efeitos colaterais que os inibidores não seletivos, contudo, podem provocar reações adversas como problemas cardiovasculares no paciente.

Exemplos deste tipo de medicamento:

  • Indometacina
  • Piroxican
  • Cetoprofeno
  • Melocox
  • Bi-profenid
  • Naproxeno sódico
  • Profenid
  • Artrosil

Ciclogenase 2 (COX-2)

Estes medicamentos são conhecidos por desenvolverem menos efeitos colaterais no sistema gastrointestinal como, por exemplo, dor abdominal, náusea, vômito e azia.

Contudo, os inibidores seletivos da COX-2 exercem efeitos cardiovasculares adversos, que incluem aumento do risco de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e hipertensão arterial.

Exemplos deste tipo medicamento:

  • Nimesulida
  • Meloxicam
  • Celocoxibe
  • Proflam
  • Cimelide
  • Nimed
  • Maxsulid

Anti-inflamatórios corticoides

Os corticoides são hormônios esteroides que são produzidos pelo corpo ou feitos pelo homem.

Os corticoides sistêmicos referem-se aos corticoides que são administrados por via oral ou por injeção e distribuídos por todo o corpo. Não inclui corticoides usados ​​nos olhos, ouvidos ou nariz, na pele ou que são inalados, embora pequenas quantidades desses corticosteroides possam ser absorvidas pelo corpo.

Corticoides que ocorrem naturalmente, a hidrocortisona e a cortisona , são produzidos pela porção externa da glândula suprarenal conhecida como córtex (daí o nome corticóide). Os corticoides são classificados como:

  • Glicocorticóides (anti-inflamatórios) que suprimem a inflamação, imunidade, e ajudam na quebra de gorduras, carboidratos e proteínas.
  • Mineralocorticóides (retenção de sal) que regulam o equilíbrio de sal e água no corpo.

Os corticoides sintéticos mimetizam as ações dos corticóides de ocorrência natural e podem ser usados ​​para substituir os corticóides em pessoas com glândulas supra-renais incapazes de produzir quantidades adequadas de corticoides, porém são mais usados em doses maiores do que as de reposição para tratar doenças de imunidade, inflamação ou equilíbrio salino e hídrico.

Exemplos de medicamentos corticoides incluem:

  • Celestone
  • Prednisona
  • Prednisolona