A cirurgia de apendicite, também chamada de apendicectomia, é o procedimento indicado para remover o apêndice inflamado em decorrência de algum tipo de obstrução. Trata-se de uma cirurgia de emergência, que ocorre quando o paciente apresenta sintomas de apendicite, como dor forte e localizada, febre e problemas digestivos.
Como a cirurgia de apendicite é feita?
De acordo com Teresa Navarro, chefe da emergência do Hospital São Lucas de Copacabana, no Rio de Janeiro, existem duas formas de realizar a operação, embora ambas tenham o mesmo objetivo: remover completamente o apêndice do corpo do paciente.
“A cirurgia pode ser feita por via laparoscópica ou do jeito convencional”, explica ela. Abaixo, explicamos as diferenças entre as duas abordagens:
Cirurgia de apendicite por laparoscopia
Na cirurgia laparoscópica, o cirurgião utiliza técnicas muito pouco invasivas. São feitos três pequenos cortes de 1 centímetro de diâmetro cada, por onde entram uma câmera e uma pinça, além de outros instrumentos cirúrgicos.
Este tipo de procedimento, por ser menos invasivo, deixa cicatrizes muito menores do que o método convencional (às vezes são até mesmo imperceptíveis) e o tempo de recuperação também é bem mais curto.
Cirurgia de apendicite convencional
Já à maneira convencional, o cirurgião realiza um corte por incisão no lado direito do abdômen, com aproximadamente 5 centímetros de diâmetro. A remoção do órgão é feita manualmente, e por isso mesmo o tempo de recuperação pós-cirúrgico acaba sendo maior que o do procedimento via laparoscopia.
Da mesma forma, a cicatriz que fica após a cirurgia fica mais aparente também. Este tipo costuma ser mais indicado em casos graves, quando o apêndice se rompeu, por exemplo.
Recuperação da cirurgia
Após a cirurgia, a recuperação é simples, mas exige alguns cuidados especiais:
- Repouso por 7 dias;
- Dieta branda, com alimentos que não forcem o sistema digestivo e o permita se recuperar tranquilamente;
- Muita ingestão de água;
- Beber chás também é bastante indicado;
- Evitar exercícios por pelo menos 15 dias e evitar carregar peso ou forçar o corpo subindo escadas ou carregando sacolas, por exemplo;
- Dormir de barriga para cima nos primeiros dias após a cirurgia;
- Retornar ao hospital 10 dias após a cirurgia para retirar os pontos.
É importante ressaltar que o pós-operatório varia de acordo com o organismo de cada um e, claro, com o tipo de procedimento realizado. O tempo em que o paciente deverá ficar afastado do trabalho, de atividades físicas e de outras rotinas diárias é determinado pelo médico.
Quando a cirurgia é necessária?
A apendicectomia é a indicação médica para tratar a apendicite. Como não existe um tratamento que reduza a inflamação no órgão, a saída é realmente removendo-o por meio de cirurgia.
Entretanto, devido ao caráter de urgência para se tratar a apendicite, é relativamente alto o índice de pessoas que têm o órgão retirado de maneira equivocada, pois apresentavam sintomas semelhantes. No meio médico, esse procedimento é chamado de apendicectomia branca — e funciona quase como uma medida de precaução.
Por isso é extremamente importante ficar atento aos sintomas de apendicite e procurar um médico especialista no assunto para que ele possa tomar as medidas necessárias de diagnóstico.
O problema é quando esse diagnóstico é feito somente de forma clínica — ou seja, a partir da observação do paciente e de seus sintomas em consultório.
As cirurgias desnecessárias também ocorrem muitas vezes porque esperar por resultados laboratoriais pode ser arriscado e custoso, apesar de só ser possível confirmar a apendicite por meio de exames como tomografia ou ultrassom.
O mais importante é o paciente ter todas as informações sobre seu histórico médico e descrever de maneira completa e detalhada a evolução de seus sintomas.
Causas de apendicite
Segundo explica Teresa Navarro, a principal causa de apendicite é a obstrução do apêndice por sementes ou grãos, embora muitas vezes seja difícil determinar a causa exata da inflamação.
Essas obstruções, de acordo com a especialista, são causadas pelo bolo fecal. Como as fezes são cheias de bactérias, acaba ocorrendo proliferação dentro do órgão, o que leva à infecção. “A apendicite é mais comum em pessoas entre 10 e 30 anos de idade, mas é ainda mais comum em adolescentes e adultos jovens”, afirma ela.