Asma: o que é, sintomas, cura, tratamento e o que fazer em crises

Atualizado em 05 de setembro de 2018

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POR Amanda Grecco

Se você frequentemente sente falta de ar e tosse, pode ter asma – condição crônica que prejudica as passagens que permitem a entrada e saída do ar dos pulmões.

No Brasil, a doença afeta quase 10% da população, chegando à marca de aproximadamente 20 milhões de casos rastreados até outubro de 2017, segundo Pesquisa Nacional da Saúde (PNS). No mundo, são mais de 300 milhões de pessoas que sofrem com o acometimento, considerado um dos mais recorrentes do planeta.

A seguir saiba tudo sobre asma:

O que é asma?

Doença das vias aéreas, a asma é um estreitamento dos bronquíolos – pequenos canais por onde circula o ar dentro dos pulmões.

Assim como outras condições, a asma pode ser classificada em diferentes graus de gravidade, podendo variar entre um quadro leve até um incômodo tão intenso que atrapalha as atividades diárias.

Causas da asma

 

Mulher segurando bombinha para asma

Orawan Pattarawimonchai/Shutterstock

O problema é fruto de inflamações que incham as vias aéreas. Além disso, faz com que os pulmões produzam mais muco, deixando ainda mais difícil a respiração e causando tosses carregadas.

Não está clara a razão pela qual algumas pessoas têm asma e outras não, mas provavelmente é devido a uma combinação de fatores ambientais e genéticos (hereditários).

Fatores de risco

Além da genética, os fatores que indicam risco elevado de desenvolvimento da doença são:

  • Histórico familiar
  • Ter outra condição alérgica, como dermatite atópica ou rinite alérgica
  • Obesidade
  • Dieta desregrada
  • Baixa função imunológica
  • Crescimento no consumo generalizado de medicamentos, o qual afeta as funções imunes normais do corpo
  • Contato com produtos químicos ou fuligem
  • Tabagismo (ativo ou passivo)

Gatilhos da asma

Os irritantes e substâncias que provocam alergias e podem desencadear sinais e sintomas de asma são diferentes de pessoa para pessoa e podem incluir:

  • Pólen, ácaros da poeira, esporos de mofo, pelos de animais ou fezes de baratas
  • Infecções respiratórias, como o resfriado comum
  • Clima ou ar frio
  • Poluentes do ar e irritantes, como fumaça
  • Alguns tipos de medicamentos, como beta-bloqueadores, aspirina e ibuprofeno
  • Emoções fortes e estresse
  • Alimentação inflamatória – com muitos derivados do leite, açúcar e refinados
  • Doença do refluxo gastroesofágico, condição em que os ácidos estomacais voltam para o esôfago

Tipos de asma

A asma crônica pode surgir em cinco formas diferentes:

Alérgica

Ocorre em momentos de stress ou carga emocional intensa ou pelo contato com alérgenos, como odores fortes, pólen, ácaros e poluição.

Induzida por exercícios físicos

Mesmo pessoas que não sofrem de asma crônica podem ter crises durante os exercícios.

Ocupacional

Neste caso, o estreitamento dos bronquíolos é causado pela exposição a químicos, serragem ou outros tipos de substâncias que possam afetar os pulmões. É comum em trabalhadores da área de construção civil.

Por medicamentos

Desencadeada pelo contato de pacientes com hipersensibilidade a alguns remédios.

Intrínseca

Tipo de asma de causa desconhecida.

Estágios da asma

Asma intermitente ou de grau I

Manifesta-se uma vez por semana.

Asma persistente leve ou de grau II

Sintomas surgem mais de uma vez por semana e ao menos de uma vez por dia.

Asma persistente moderada ou de grau III

É o estágio em que a asma apresenta sintomas diários e as crises afetam levemente as atividades cotidianas.

Asma persistente grave ou de grau IV

Ocorre quando o paciente, além de ter sintomas diários, tem suas atividades diárias limitadas por conta da condição.

Sinais e sintomas da asma

 

Mulher com a mão na boca, tossindo.

pathdoc/Shutterstock

Os sintomas de asma não estão somente ligados à respiração, podendo ser observados de forma geral no organismo e no corpo.

Veja os principais:

  • Tosse
  • Espirro
  • Chiado no peito
  • Falta de ar para falar
  • Dificuldade para inalar
  • Dificuldade para exalar (sensação de sufocamento)
  • Pressão no peito
  • Tontura (e fraqueza)
  • Falta de equilíbrio
  • Ansiedade
  • Olhos lacrimejados
  • Coceira na garganta
  • Glândulas inchadas e gânglios inflamados
  • Dificuldade para realizar exercícios físicos
  • Boca seca

Na presença de alguns destes incômodos, é indicado procurar um especialista – pneumologista, pediatra (no caso de crianças), ou clínico geral – o quanto antes. O fisioterapeuta respiratório também é qualificado para fornecer cuidados de emergência para pacientes que apresentem dificuldades para respirar.

Diagnóstico de asma

Apesar de poder surgir em qualquer fase da vida, na maioria das vezes a asma é diagnosticada ainda na infância. Como depende de fatores hereditários, é comum que recorra em mais de um membro da mesma família.

A análise que confirma o descarta o acometimento pode incluir exames físicos, teste de medição da função pulmonar, desafio de metacolina, teste de óxido nítrico, exames de imagem e de alergia, eosinófilos na expectoração e teste provocativo para asma induzida por exercícios ou frio.

Complicações

 

Thaiview/Shutterstock

Além do prejuízo na qualidade de vida do paciente, a asma frequentemente resulta em internação por crises graves.

Ainda há risco de desenvolver reações adversas aos remédios para asma.

Portanto, o tratamento adequado e orientado por um médico de confiança faz toda a diferença na prevenção de complicações.

Asma tem cura?

Ainda que classificada como uma doença sem cura, a asma pode ser tratada e efetivamente controlada.

Tratamentos

O tratamento de asma inclui mudanças comportamentais, terapias e medicamentos, tais como:

Evitar desencadeadores de crises

Evitar ambientes muito poluídos ou com poeira e exposição à fumaça de cigarro pode ser muito benéfico para evitar crises e melhorar a saúde daqueles que sofrem deste mal.

Atividades físicas

Realizar esportes de maneira constante, como natação e caminhada, tende a melhorar a qualidade de vida e a capacidade respiratória e cardiovascular de pacientes com o problema.

Redução da exposição a fatores de risco

A exposição mínima aos fatores de risco é importante para diminuir a possibilidade de crises de asma.

Medicamentos

Os medicamentos mais comuns a serem utilizados são os broncodilatadores, muitas vezes em forma da famosa bombinha da asma, corticoides (em versões inaláveis ou injetáveis) e até mesmo anti-histamínicos para quem tem muita alergia.

Embora controlem os sintomas e crises, estes tratamentos não tratam a doença em profundidade.

Imunoterapia

Existem vacinas contra alergia que reduzem gradualmente a reação do sistema imunológico a gatilhos específicos.

Este tipo de tratamento é longo e inclui injeções semanais e quinzenais de três a cinco anos.

Tratamento natural para asma

Existe a opção de complementar os cuidados com tratamentos naturais, os pouco invasivos.

É possível fazer inalações com óleos essenciais de eucalipto glóbulos, olíbano, lavanda, melaleuca, cedro-do-atlas, hortelã, bergamota e camomila.

O uso regular de ômega 3 também pode auxiliar por contribuir com a melhora da imunidade.

O fitoterápico Ginko Biloba ajuda a reduzir os espasmos bronquiais e, assim, as crises asmáticas.

O que fazer em uma crise de asma?

 

Mulher com crise de asma

Por Antonio Guillem/Shutterstock

Ao presenciar ou sofrer uma crise de asma, é importante manter a calma. Sente-se ou coloque o paciente sentado e inclinado para frente.

Caso haja um remédio para asma ou um inalador, o ofereça ou use.

Se os sintomas persistirem, é importante buscar socorro em um hospital o mais rápido possível ou chamar uma ambulância.

Prevenção

Embora não haja maneira totalmente eficaz de prevenir a asma, existem algumas medidas que podem ajudar.

Vacinas e asma

Uma delas é manter-se atualizado com as vacinas a fim de impedir que quadros de gripe e resfriado desencadeiem crises.

Identificar os gatilhos da asma

Há alérgenos que podem desencadear ataques em algumas pessoas. Descubra quais são e tome medidas para evitá-los.

Monitore sua respiração

Reconheça sinais de alerta de um ataque iminente e busque ajuda. Se você agir rapidamente, é menos provável que você tenha um ataque severo.