Alopecia: o que é, causas e como tratar a doença que gera calvície

Atualizado em 08 de julho de 2019

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POR Bruno Botelho dos Santos

Alopecia, chama popularmente de calvície, é uma das principais causas de queda de cabelo. O doença pode estar associada à genética ou até mesmo a problemas de saúde importantes. Se não tratada de forma adequada e precoce, pode levar à perda total dos fios e a danos preocupantes na autoestima. Continue lendo e saiba mais.

O que é alopecia?

Alopecia é uma doença inflamatória que provoca queda de cabelo, normalmente em falhas circulares. Também existem casos nos quais a perda capilar é total.

O problema pode estar relacionado a diversos fatores, desde genética até alterações autoimunes e uso de certos medicamentos.

Quais são os tipos de alopecia?

Androgenética

Essa é a forma mais comum de alopecia. Também chamada de calvície, é hereditária e pode estar associada ao excesso de hormônio que tem efeito sobre os folículos pilosos. Nela, o cabelo normalmente recua e fica fino.

A perda geralmente começa quando o homem está no final da faixa dos 20 anos ou no início dos 30 anos. Nas mulheres, surge com menos frequência, geralmente no período pós-menopausa devido a alterações hormonais.

Alopecia areata

Também conhecida como calvície irregular, é o tipo de perda de cabelo que ocorre repentinamente e por meio de uma ou mais regiões calvas circulares que podem se sobrepor.

É causada por um distúrbio do sistema imunológico que repele pelos e cabelos. Pessoas com doenças autoimunes são mais propensas a serem afetadas.

Homens, mulheres e crianças de qualquer idade podem apresentar o problema, embora seja mais comum em adolescentes e adultos jovens.

Além disso, a alopécia areata afeta qualquer parte do corpo, porém é mais comum no couro cabeludo. Ela não impede o nascimento de novos pelos, mas faz com que caiam em diversos períodos da vida.

Alopecia cicatricial

É a perda de cabelo permanente causada por condições pouco comuns, como esclerodermia (doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo) e lúpus discóide (que se limita à pele).

Os folículos pilosos são completamente destruídos e os pelos não crescem novamente. A condição afeta homens e mulheres, mas é mais comum em adultos do que em crianças.

Eflúvio anágeno

É uma forma de perda de cabelo que afeta todo o corpo e é mais comumente causada por quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia e imunoterapia.

A alopécia começa algumas semanas após o início do tratamento e geralmente é temporária, visto que o cabelo volta a crescer cerca de seis meses após o término.

Eflúvio telógeno

A queda não se restringe a áreas concentradas, mas a todo o couro cabeludo, levando os fios a ficarem mais finos e escassos. Apesar disso, a perda de cabelo completa é improvável.

A condição é temporária e o cabelo começa a crescer seis meses após o início dos sinais, na maioria dos casos.

Quais são as causas?

  • Estresse emocional
  • Estresse físico
  • Alterações hormonais
  • Doenças crônicas, como o câncer
  • Doenças autoimunes, como vitiligo, lúpus ou problemas na tireoide
  • Mudanças na alimentação ou adoção de dietas radicais
  • Infecção no couro cabeludo
  • Medicamentos, como quimioterápicos, anticoncepcionais, diluidores de sangue e bloqueadores para controlar a pressão arterial
  • Hereditariedade (genética)

Quais são os sinais e sintomas?

Topo da cabeça de mulher com falha no cabelo devido a alopecia.
justplay1412/Shutterstock

Os sinais de alopecia variam de acordo com sua origem, de modo que podem englobar tanto uma pequena mancha calva quanto a perda de todos os pelos do corpo.

O principal dano acaba sendo o psicológico, já que o abalo à autoestima e a interferência na rotina prejudicam a qualidade de vida.

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico de alopecia é obtido por um dermatologista, que geralmente realiza os seguintes testes:

  • Tricoscopia: exame rápido, não invasivo e indolor feito no consultório dermatológico com uso de um fotovideodermatoscópio para estudar o couro cabeludo e a haste capilar;
  • Estudo da aparência : avalia a área afetada pela queda de cabelo.
  • Biópsia: ainda pode ser necessário coletar uma pequena amostra da pele afetada para análise.
  • Hemograma: no caso de suspeita de doenças autoimunes, é necessário realizar exames de sangue para dosar a quantidade de anticorpos no organismo.

Tem cura?

Se o fator desencadeante do problema for evitável, como estresse, pode haver cura. Contudo, existem tratamentos feitos com medicamentos tópicos ou injetáveis que amenizam a queda e até mesmo estimulam o crescimento de novos pelos.

Como tratar alopecia?

A alopécia é indolor e não gera maiores prejuízos físicos além da queda de cabelo, porém tem grande impacto psicológico, especialmente quando está relacionada a falhas circulares no couro cabeludo e na barba.

Assim, quem se incomoda com a questão conta com diversas opções de tratamentos:

Remédios

Medicamentos tópicos, como minoxidil, podem ser usados ​​para tratar calvície feminina e masculina. Homens também podem usar remédios orais que interferem no hormônio testosterona, como finasterida.

Para a alopecia areata, medicamentos tópicos, como o próprio minoxidil, além de corticoides e antralina podem ser associados a tratamentos mais agressivos como sensibilizantes. Ainda há a opção do uso de corticoides injetáveis, que podem ser usados em áreas bem delimitadas do couro cabeludo ou do corpo.

Imunoterapia

Alopecia areata pode ser tratada com imunoterapia, que induz resposta alérgica que desencadeia o crescimento de pelos em áreas calvas.

Métodos cirúrgicos

Alopecia também pode ser tratada por métodos cirúrgicos, como implante capilar, técnica mais comum na calvície masculina que retira fios da parte de trás da cabeça e os transplanta para a região calva.

Já a cirurgia de redução do couro cabeludo remove parte do couro careca do topo da cabeça e costura partes próximas que têm crescimento de pelo normal.

Como conviver com o problema?

O ideal é procurar tratamento. Perucas podem ser um método paliativo para esconder a queda do cabelo, porém devem ser usadas com cautela para que não gerem problemas maiores para o couro cabeludo.

Além de procurar um dermatologista, também é aconselhável procurar apoio psicológico.

Há complicações?

A maior complicação da alopecia é a queda total dos pelos e cabelos e o prejuízo à autoestima.

Como prevenir?

Não é sempre que é possível evitar a alopecia, principalmente quando está relacionada a fatores genéticos. Porém, algumas atitudes podem contar positivamente na sua prevenção, como evitar estresse e ansiedade e evitar uso de químicas no cabelo.

Fontes

Dermatologista Michele Haikal, da Clínica Dra. Michele Haikal – CRM 111164

American Academy of Dermatology. ALOPECIA AREATA: OVERVIEW. Disponível em: www.aad.org/public/diseases/hair-and-scalp-problems/alopecia-areata

Sociedade Brasileira de Dermatologia. Alopecia Areata. Disponível em: www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/alopecia-areata/22