Escitalopram: indicações, como usar e efeitos colaterais do antidepressivo

Atualizado em 10 de setembro de 2019

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POR Mariana Amorim

Oxalato de Escitalopram é o princípio ativo de medicamentos usados para combater doenças psicológicas, como depressão e ansiedade. No Brasil, o remédio mais famoso com o composto é o Lexapro.

Trata-se de um inibidor seletivo da recaptação da serotonina no cérebro, ou seja, sua ação promove aumento do nível do neurotransmissor entre os neurônios e, ao longo do tempo, a ação esperada é a melhora da sensação de bem-estar do paciente.

Confira, abaixo, mais informações sobre os benefícios, possíveis efeitos colaterais e sobre esse antidepressivo.

O que é?

O farmacêutico Leonardo Jun Otuyama, do Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica que o escitalopram é um famoso medicamento do grupo dos antidepressivos da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).

“A serotonina é um neurotransmissor que proporciona a sensação de bem-estar. Por isso, remédios que promovem o seu aumento podem ser boas alternativas para tratar depressão e ansiedade”, afirma.

O escitalopram aumenta o nível de serotonina entre os neurônios, o que gera melhora da velocidade da comunicação entre neurônios. “Os pacientes costumam começar a sentir menos sintomas duas semanas após o início do tratamento”, diz.

Composição

A composição de remédios à base de escitalopram pode variar de acordo com a marca do fabricante, mas Jun Otuyama conta que, normalmente, há oxalato de escitalopram e excipientes, como celulose microcristalina, croscarmelose sódica, dióxido de silício, talco, estearato de magnésio, hipromelose, copovidona, polidextrose, macrogol, triglicerídeo cáprico, óxido de ferro vermelho e dióxido de titânio.

Suas formas de apresentação são em comprimidos de 5 mg, 10 mg, 15 mg e 20 mg e solução oral de 10 mg/ml e 20 mg/ml.

Nomes comerciais

Escitalopram é o princípio ativo de diversos medicamentos, sendo Lexapro o nome comercial principal. Os demais remédios similares disponíveis no mercado incluem Deciprax, Eficentus, Espran, Reconter, Eudok, Exodus e Lexaprass.

Para que serve?

Depressão

O escitalopram age no sistema nervoso central por meio do aumento da concentração e disponibilidade de serotonina, neurotransmissor cuja falta causa sintomas de depressão.

Transtorno do pânico

O escitalopram pode ser indicado para o tratamento da síndrome do pânico, distúrbio que é caracterizado por crises de ansiedade agudas nas quais o paciente sente medo e desespero, além de outros sintomas físicos e emocionais.

Ansiedade

O medicamento pode ajudar no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e ainda para quem tem ansiedade social (fobia social).

Transtorno obsessivo compulsivo

Pessoas portadoras de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) também podem ser medicadas com escitalopram.

Indicação

O escitalopram é indicado para tratar doenças psicológicas, principalmente depressão e ansiedade, embora também possa ser prescrito em casos de transtorno do pânico e TOC.

Ação esperada

A ação esperada é a melhora de transtornos psíquicos em aproximadamente duas a seis semanas após o início do tratamento.

Trata-se de um remédio seguro e que costuma apresentar rapidez na melhora dos sintomas, por isso é um dos mais utilizados no Brasil para tratar esses tipos de distúrbios.

Como tomar?

A posologia varia de acordo com cada diagnóstico, por isso é essencial consultar um médico psiquiatra para mais informações.

O que acontece quando consome em excesso?

A superdosagem de medicamentos que tenham escitalopram como princípio ativo pode causar efeitos adversos, como tonturas, náuseas, mudança da frequência cardíaca, convulsões e diminuição da pressão arterial, sinais que causam perigo para a saúde como um todo.

Efeitos colaterais

Quando há a introdução de medicamentos, principalmente os psiquiátricos, é comum que apareçam alguns efeitos colaterais desagradáveis, os quais tendem a desaparecer com o passar das primeiras semanas de tratamento.

Desconfortos costumam perdurar os primeiros quinze dias de uso do remédio, tais como:

  • Náusea
  • Dor de cabeça
  • Aumento ou diminuição do apetite
  • Ansiedade
  • Dificuldades para dormir
  • Sonolência diurna
  • Tontura

Algumas pessoas relatam sintomas adversos relacionados à vida sexual depois de iniciarem o tratamento com escitalopram, tais como retardo de orgasmo, anorgasmia e diminuição de libido. Essas alterações costumam persistir somente durante a introdução da medicação, embora uma parcela dos pacientes as manifeste até o final do tratamento.

Por mais que o medicamento seja considerado seguro, pacientes que o usam precisam ser observados de perto por um médico, pois podem haver pensamentos suicidas e autoagressão.

Escitalopram emagrece?

Escitalopram não tem a finalidade de emagrecer, embora a bula do remédio indique que ele pode causar alteração no apetite, para mais ou para menos.

Dá sono?

Tanto a insônia quanto a sonolência são efeitos adversos previstos e que podem ocorrer com o uso deste medicamento. Por isso, caso seja um sintoma recorrente, vale conversar com psiquiatra para alteração de medicação, caso seja necessário.

Contraindicações

É contraindicado usar o escitalopram em caso de alergia a qualquer componente de sua fórmula.

Pessoas que fazem uso inibidores da monoaminoxidase (IMAO) ou que já tiveram ou tratam arritmia cardíaca estão no grupo de risco que deve evitar esse remédio.

Mulheres em fase de amamentação não devem fazer uso de escitalopram.

Precisa de receita?

Assim como qualquer medicamento, mas principalmente os psiquiátricos, escitalopram só pode ser vendido sob prescrição médica e com retenção da receita.

O valor do remédio varia de acordo com a farmácia e a marca escolhida, assim como a dosagem recomendada pelo médico. Em geral, a caixa com 30 comprimidos custa a partir de R$ 44 e chega a até R$ 150.

 

Fontes

Farmacêutico Leonardo Jun Otuyama, do Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

ANVISA. Esc – Eurofarma. Disponível em: www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=19697002016&pIdAnexo=3643085