Depressão: sintomas, tratamentos e mais sobre o mal do século

Atualizado em 13 de agosto de 2019

|

POR Gabriele Amorim

A depressão é vista por muitos como falta de força de vontade, preguiça ou até mesmo “falta de louça para lavar”. Contudo, o transtorno é real e pode causar danos severos à vida de quem o sofre. Entenda tudo o distúrbio, cujo número de casos aumenta tanto que já é considerado o mal do século de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

O que é depressão?

Depressão (CID 10 – F32) é um transtorno mental que se apresenta, no geral, como um sentimento de tristeza profunda por pelo menos duas semanas. Ele ainda engloba outros sinais e sintomas que acarretam grande sofrimento.

Como diferenciar tristeza de depressão?

Embora a depressão tenha como sintomas a tristeza e o desânimo, deve ser separada de uma tristeza normal, decorrente de situações difíceis da vida. A diferença é que o distúrbio afeta gravemente a vida de quem o vivencia, causando prejuízos aos âmbitos social, familiar e profissional e perdurando até que o tratamento seja realizado.

O que causa a doença

O quadro de depressão tem início em um ou múltiplos fatores, sendo o principal a herança de genes que predispõem falha na ação do neurotransmissor responsável pelos sentimentos de prazer, chamado serotonina.

Geralmente, as crises são desencadeadas por situações que envolvem estresse excessivo, problemas familiares, dificuldades financeiras, traumas e luto.

A doença também pode ser decorrente de outros distúrbios não tratados, como síndrome do pânico, fobia e ansiedade.

Grupos de risco

Alguns grupos específicos são mais dispostos ao surgimento da doença, como:

  • Pessoas que sofreram traumas não resolvidos
  • Pessoas que sofreram abuso sexual
  • Portadores de doenças crônicas
  • Portadores de doenças inflamatórias
  • Pessoas que já tiveram outros tipos de distúrbios mentais
  • Pessoas em período de transição, como adolescência para a vida adulta ou aposentadoria

Sinais e sintomas de depressão

Silhueta de mulher sentada no chão, com pernas dobradas.
Supawadee56/Shutterstock

Os sinais e sintomas da doença surgem aos poucos e podem ser muito sérios, como:

  • Agitação
  • Cansaço
  • Perda de energia
  • Falta de ar
  • Sensação de infarto
  • Batimentos cardíacos acelerados
  • Dificuldade para se concentrar
  • Tristeza profunda
  • Isolamento
  • Alterações no apetite
  • Perda de interesse e prazer na vida
  • Falta de libido
  • Perda ou ganho de peso repentino
  • Alterações no sono
  • Medos irracionais
  • Vazio existencial
  • Sentimento de inutilidade
  • Culpa excessiva
  • Pensamento recorrente sobre morte

Como é o diagnóstico?

Para diagnosticar um caso de depressão, uma consulta com um psicólogo ou psiquiatra é imprescindível. 

Normalmente, procura-se primeiro um psicólogo para avaliar as causas e sintomas da doença e, então, é encaminhado ao psiquiatra para executar o tratamento medicamentoso, sempre acompanhado da psicoterapia

Tratamento de depressão

O tratamento para depressão envolve o uso de antidepressivos associados à psicoterapia. Os medicamentos devem ser sempre orientados e prescritos pelo psiquiatra, enquanto a psicoterapia é administrada pelo psicólogo. Ou seja, é um tratamento conjunto. 

Para casos que não apresentam melhora por meio do tratamento convencional, é possível adotar a eletroconvulsoterapia.

Além disso, existem alguns outros métodos que podem ser feitos paralelamente ao tratamento convencional, como práticas de meditação, reiki, técnicas de respiração, atividades físicas regulares, uso de óleos essenciais, entre outros. 

Antidepressivos viciam?

Os medicamentos não geram dependência e podem ser deixados de lado assim que o psicológico do paciente estiver mais controlado e livre do desânimo crônico, o que só é obtido pela psicoterapia.

Tem cura?

Ainda não há cura definitiva para a depressão, mas isso não quer dizer que o problema não possa desaparecer.

O tratamento adequado controla os sintomas e muda o ciclo de pensamento depressivo, fatores que não retornam se for mantido acompanhamento constante. Todavia, se o paciente se descuidar dos sentimentos e não continuar vendo especialistas ao sentir indícios da doença, ela poderá voltar.

Prevenção

Como a depressão é uma doença imprevisível, alguns hábitos podem ser grandes aliados na prevenção do transtorno:

  • Praticar exercícios físicos, mesmo que os mais simples, como a caminhada
  • Manter uma alimentação saudável e equilibrada, permitindo-se também comer alimentos que tem vontade de vez em quando
  • Manter uma rotina de sono tranquila e saudável
  • Reservar um tempo para relaxar
  • Ter algum hobbie
  • Busca ajuda psicológica perante dificuldades
  • Meditar
  • Não beber álcool ou usar drogas

Fontes

Psiquiatra Mário Louzã, coordenador do Programa de Esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – CRM 34330.

Psicóloga Edyclaudia Gomes de Sousa, neuropsicóloga clínica – CRP 50196.