Câncer de testículo: cinco dúvidas que ninguém pergunta respondidas

Atualizado em 15 de abril de 2019

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POR Grupo Oncoclínicas

De acordo com o Instituto do Câncer (INCA), o câncer de testículo é considerado raro, correspondendo a 5% do total de casos de câncer entre os homens, acometendo principalmente os em idade fértil. Apesar de ser agressivo, quando detectado precocemente pode ser facilmente curado por responder bem aos tratamentos quimioterápicos.

O oncologista Marcelo Aisen, do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – unidade de São Paulo – do Grupo Oncoclínicas, explica que ainda não há uma forma de evitar o tumor de testículo e que a doença está relacionada a crianças que já tiveram criptorquidia, disfunção congênita em que o testículo nasce dentro do corpo, ou seja, fora de posição normal.

“Seus sintomas são aumento de testículo, acompanhado ou não de dor. Muito comum que os homens o descubram no banho, durante a higiene. Apesar de esporádico, meninos que apresentaram a criptorquidia têm maior chance de desenvolvimento da doença e seus pais devem ficar atentos a qualquer alteração no testículo dos filhos”, explica.

A falta de informação e o preconceito são os maiores obstáculos da doença. “O homem não tem o hábito de procurar um médico quando nota algo estranho com o seu corpo e, quando falamos de câncer de testículo ou próstata, o cenário só piora”, explica Aisen.

Para desmistificar a doença, o especialista esclarece dúvidas que muitos homens têm vergonha de levar para o consultório.

Dúvidas sobre câncer de testículo

Achei um nódulo nos testículos, é câncer?

Depende, mas a presença de um nódulo é um sinal para procurar um urologista. “Todo nódulo encontrado no testículo pode ser um câncer, mas só é possível obter um diagnóstico após uma avaliação microscópica do tumor”, explica o médico.

O câncer de testículo se apresenta com nódulo endurecido, porem só o medico consegue diferenciar, com exame clínico e de imagem adequado. Há outros problemas que podem resultar em um volume testicular, como as infecções, torção, hérnias e cistos de epidídimo. Por isso é recomendado procurar a ajuda de um especialista.

É preciso retirar o testículo no tratamento?

A escolha do procedimento ideal depende do estágio do tumor. “A cirurgia é geralmente a primeira etapa realizada para todos os cânceres, mas pode ser associada à quimioterapia ou radioterapia durante o processo”, afirma.

A cirurgia é curativa e, mesmo nos estadiamentos mais avançados, a quimioterapia também cura.

Pancadas podem causar câncer de testículo?

Não há nenhuma relação entre pancadas no local com o desenvolvimento do câncer de testículo. “Por alguns atletas terem tido a doença, muitos pacientes acreditam que o câncer pode ter aparecido devido a algum trauma no local, mas não há ligação”.

A criptorquidia é o único fator de risco e como ainda não há uma forma de prevenção da doença, o autoexame é um grande aliado para a detecção precoce.

Isso vai atrapalhar minha vida sexual?

Se for preciso retirar um testículo ou até mesmo os dois, isso não afeta diretamente a capacidade do homem ter uma vida sexual ativa. A diferença é que, se ambos os testículos forem retirados, o homem torna-se estéril e não produzirá mais testosterona.

“Para solucionar essas questões o homem pode optar por uma prótese testicular no escroto e também realizar terapia hormonal sob a forma de gel ou adesivo. De forma direta, isso não afeta a capacidade dele manter relações sexuais”, diz.

Com as próteses novas, não há como perceber a diferença entre a mesma e o testículo, portanto a vida sexual ficara mantida.

Posso ter filhos após o tratamento?

Em geral, o tratamento para câncer de testículo pode acabar reduzindo a infertilidade. Pelo câncer afetar principalmente homens em idade fértil, é recomendado que se discuta com o médico a melhor opção.

Antes de começar o tratamento, podem conversar sobre a possibilidade de realizar uma cirurgia que poupe os nervos ou optar por congelar espermas para uma possível fertilização in vitro

Também é aconselhado que o homem só tenha filhos de um a dois anos após o fim do tratamento para câncer de testículo.