Angina: o que é, tipos, sintomas, cura e mais sobre dor ligada a infarto

Atualizado em 29 de outubro de 2019

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POR Manuela Sampaio

Angina pectoris ou angina do peito é uma condição caracterizada por um sintoma muito parecido com o de infarto: dor no peito que irradia para o braço esquerdo. A causa também é comum a ambos os acometimentos, estreitamento das artérias que levam sangue oxigenado até o coração, o que mostra a necessidade de cuidar da saúde e ficar atento ao sinais de alerta.

A seguir, entenda tudo sobre a condição, desde sua prevenção até o tratamento e a convivência após o diagnóstico.

O que é angina

O cardiologista José Luis Aziz, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, explica que angina é uma dor no tórax. O sintoma geralmente está relacionado a esforços com duração menor que 20 minutos e que melhoram em repouso.

Tipos de angina

Há dois tipos principais e mais conhecidos:

  • A angina estável acontece quando as características da dor, como intensidade, irradiação, fatores desencadeantes e duração, não se modificaram no último mês.
  • A angina instável, por sua vez, acontece quando há mudança das características no último mês.

Causas

Coração com uma artéria com fluxo de sangue livre e outra com o fluxo de sangue estreito por placas de gordura.
Lightspring/Shutterstock

Está relacionada à incapacidade em levar sangue oxigenado ao músculo cardíaco. Em geral, isto acontece por causa de alguma alteração nas artérias coronárias, que são responsáveis por irrigar e nutrir o órgão.

“O que causa na maioria das vezes é uma obstrução da coronária, artéria que irriga e nutre o coração, mas também pode ser por causada por um espasmo nesta artéria”, explica o médico José Luiz Aziz.

Fatores de risco

Os fatores de risco para angina são colesterol alto, hipertensão arterial, tabagismo, diabetes e estresse. Na maioria dos casos, a doença está mais relacionada a hábitos inadequados do que a fatores inatos e imutáveis.

Sinais e sintomas de angina

Os sinais clínicos são poucos e incluem:

  • Sudorese
  • Palidez da pele
  • Mal-estar
  • Dor em opressão na região do tórax correspondente à área cardíaca com irradiação para membro superior esquerdo, região mandibular e costas

Diagnóstico

O diagnóstico é eminentemente clínico em 85% das vezes, ou seja, baseado no exame médico e nas queixas do paciente, mas alguns testes laboratoriais auxiliam o diagnóstico. Um deles é o eletrocardiograma, que detecta alterações da condução elétrica e da contratilidade do músculo cardíaco, e outro é o exame de sangue, que avalia alterações nas enzimas cardíacas – liberadas quando há lesão nas células do coração.

Qual profissional procurar

Caso sinta sintomas relacionados à angina, procure um pronto-socorro, não apenas pela condição em si, mas porque seus sinais podem ser facilmente confundidos com infarto, acometimento grave que pede cuidado imediato. O cardiologista é o profissional mais especializado para tratar a condição, por isso, se possível, busque uma instituição com essa especialidade.

Angina tem cura?

Com tratamento adequado e mudanças no estilo de vida, em muitos casos a doença pode ser controlada e os sintomas abrandados, mas não é possível falar em cura.

Tratamentos

A angina tem tratamento clínico com remédios vasodilatadores e percutâneo por cateterismo cardíaco com implante de stents ou até cirurgia de revascularização de artérias mamarias e safenas.

Medicamentos

A doença pode ser tratada com medicamentos vasodilatadores (nitratos), que aumentam o calibre dos vaso sanguíneos e permitem que o sangue chegue com mais facilidade ao músculo cardíaco.

Também podem ser indicados betabloqueadores – medicação que age em nível hormonal facilitando o trabalho do coração em bombear o sangue –, estatinas – que controlam o nível de colesterol no sangue –, medicamentos antiplaquetários – que impedem que as plaquetas “grudem” nos vasos sanguíneos – e ainda remédios que controlam a pressão arterial.

Cirurgia

Se necessário, podem ser feitos dois tipos de cirurgia:

Cateterismo cardíaco com angioplastia: coloca stents no vaso que está estreitado e permite que o sangue flua com mais facilidade.

Revascularização do miocárdio: opera as artérias cardíacas estreitadas usando outros vasos do corpo, como as artérias mamárias e a veia safena.

Outras medidas

Para controlar a angina no peito é fundamental controlar os fatores de risco: colesterol alto, hipertensão arterial, tabagismo, diabetes e estresse. Para isso, é importante manter alimentação adequada, praticar exercícios físicos, controlar o peso corporal, tratar adequadamente doenças prévias, não fumar e evitar rotinas e situações estressantes.

Prognóstico

Com tratamento adequado e mudanças nos hábitos de vida, a condição pode ser mantida sob controle, permitindo que não haja grandes prejuízos à qualidade de vida. Em outros casos, no entanto, a doença pode sempre se fazer presente, causando dor no peito secundária aos esforços.

Complicações

Infarto agudo do miocárdio

A principal complicação é o infarto cardíaco, que acontece quando há bloqueio severo do suprimento sanguíneo por meio das coronárias para o músculo cardíaco.

Insuficiência cardíaca

O estreitamento dos vasos característico da angina também pode estar relacionado à insuficiência cardíaca.

Prevenção

Para prevenir o aparecimento da angina, é fundamental cuidar bem da saúde, evitando alimentação desequilibrada, praticando exercícios físicos e fugindo de situações estressantes.

Fontes

Cardiologista José Luis Aziz, do Hospital Santa Catarina – CRM 47473 SP

American Heart Association. Angina Pectoris (Stable). Disponível em: www.heart.org/en/health-topics/heart-attack/angina-chest-pain/angina-pectoris-stable-angina