Rosácea: sintomas e como tratar a doença que afeta a pele do rosto

Atualizado em 27 de agosto de 2019

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POR Gabriele Amorim

Vermelhidão em algumas regiões do rosto e vasos dilatados podem indicar o quadro de rosácea. A doença é caracterizada pela inflamação de microvasos na superfície da pele e aumento de relevo e espessura da mesma, principalmente no nariz, sendo erroneamente confundida com acne.

Ela ocorre principalmente em adultos de 30 a 50 anos. Na maioria dos casos atinge mulheres, mas também pode afetar homens, que costumam apresentar quadros mais severos, evoluindo para rinofima, que é o aumento gradual do nariz e dilatação dos folículos.

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a rosácea não é uma doença contagiosa.

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O que é rosácea?

Rosácea, ou acne rosácea, é uma doença vascular inflamatória crônica de pele bastante comum.

Segundo a estudante de psicologia Juliana Batista de Macedo, portadora de rosácea, a condição é capaz de influenciar a autoestima de qualquer pessoa que a tenha. “A gente nunca sabe quando estará com a pele minimamente boa. Antes, eu usava muita maquiagem no dia a dia, principalmente para tentar esconder quando a pele estava irritada, e isso só piorava o quadro”, desafaba.

Tipos

Existem quatro tipos conhecidos de rosácea, sendo eles:

Eritemato telangectasica

Neste tipo, a pele adquire tom avermelhado ou rosado e pequenos vasos se tornam evidentes, principalmente na região centro-facial, próximo às narinas. O avermelhamento pode piorar com a exposição ao sol, em momentos de estresse, durante exercícios físicos ou calor.

Papulopustuloso

Junto ao tom avermelhado, aparecem lesões parecidas com espinhas. Este tipo é até chamado, erroneamente, de acne rosácea. O tipo papulopustuloso é mais comum em homens, com melhoras e pioras intercaladas.

Fimatoso

A pele torna-se espessada, endurecida e avermelhada, com os poros dilatados. É caracterizada pelo aumento das glândulas sebáceas do nariz e acontece, geralmente, em homens na média dos 50 anos. Com o tempo, o nariz pode aumentar de tamanho e, em alguns casos, o queixo também é comprometido.

Ocular

Como o próprio nome já indica, este tipo atinge os olhos. Parte dos casos são identificados em consultas feitas com um oftalmologista. Esse tipo se caracteriza por uma inflamação com avermelhamento e descamação nos cílios. Esse é o mais grave tipo de rosácea, pois pode evoluir para perda da visão.

Causas

A rosácea não possui origem conhecida, contudo, existem evidências de que há predisposição em pessoas brancas ou que sofram com fatores psicológicos, como o estresse.

Estados inflamatórios do organismo vindos desde a alimentação até qualquer outra origem podem desencadear e agravar a rosácea.

Fatores de risco

Alguns fatores de risco podem agravar crises, sendo eles:

  • Alimentos ou bebidas quentes
  • Alimentos picantes
  • Álcool
  • Exposição ao sol e temperaturas extremas
  • Fatores psicológicos, como estresse
  • Banhos quentes ou saunas
  • Remédios que dilatam os vasos sanguíneos

Sintomas de rosácea

Mulher com rosácea.
Lipowski Milan/ShutterStock
  • Vermelhidão e sensação de calor na pele
  • Dilatação permanente de pequenos vasos sanguíneos
  • Formação de pequenos nódulos
  • Aumento do relevo e espessamento do nariz, queixo ou maçãs do rosto
  • Dilatação folicular
  • Irritação
  • Ressecamento

Diagnóstico

O diagnóstico é feito a partir de análise clínica utilizando um dermatoscópio, que é um aparelho que amplia a visão da pele em até 20 vezes, permitindo visualizar até as camadas mais profundas. Dessa forma, é possível confirmar a hipótese de rosácea.

Qual profissional procurar?

Ao perceber os sintomas, procure um dermatologista. Ele é o profissional mais capacitado para diagnosticar a rosácea e indicar o tratamento adequado para cada paciente.

Rosácea tem cura?

Não existe cura para a doença. Contudo, os tratamentos atuais são capazes de controlar os sintomas e proporcionar maior conforto.

Tratamento para rosácea

Os tipos de tratamento mais comuns e efetivos, de acordo com cada fase e grau, são:

  • Sabonetes adequados
  • Protetor solar com elevada proteção contra raios UVA e UVB
  • Uso de antimicrobianos tópicos
  • Uso de derivados de tetraciclina
  • Laser
  • Luz pulsada
  • Cirurgia
  • Radiofrequência

Prognóstico

O prognóstico é sempre bom, principalmente quando o problema é descoberto precocemente. O dermatologista maneja as terapias adequadamente em cada quadro.

Riscos

Os principais riscos apresentados são rinofima ou perda de visão. Contudo, ambos podem ser facilmente evitados se o quadro for tratado corretamente.

Além disso, a pele de quem sofre com rosácea é extremamente sensível, por isso, o acompanhamento médico antes do uso de qualquer produto químico na região é de extrema importância.

Prevenção

Não existe uma forma de prever o aparecimento. Porém, com um controle geral dos fatores de risco e sintomas, é possível conseguir monitoramento eficaz da doença e proporcionar ao paciente maior conforto e compreensão do quadro.

“Sei que quando minha rosácea está em situação crítica, é porque tem um motivo: ou não cuidei, ou me expus demais ao calor, ou é algo emocional como, por exemplo, o estresse […]. Ninguém nunca está 100% feliz consigo mesmo, mas é essencial tentar se sentir bem e se aceitar como é”, afirma Juliana.

Para lidar melhor com o problema , algumas dicas são essenciais:

  • Saber que a doença é benigna, porém crônica, apresentando crises
  • Fazer um diário para observar os fatores agravantes
  • Evitar os fatores de risco
  • Usar proteção solar diariamente
  • Usar maquiagem corretiva para maior conforto, se necessário, mas sempre com moderação
  • Consultar-se com um dermatologista periodicamente

Referências

Dermatologista Michele Mauren Haikal – CRM 111164

Esteticista Katia Pacheco Barbosa

Sociedade Brasileira de Dermatologia. Rosácea. Disponível em: www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/rosacea/62/#sintomas