Vermelhidão em algumas regiões do rosto e vasos dilatados podem indicar o quadro de rosácea. A doença é caracterizada pela inflamação de microvasos na superfície da pele e aumento de relevo e espessura da mesma, principalmente no nariz, sendo erroneamente confundida com acne.
Ela ocorre principalmente em adultos de 30 a 50 anos. Na maioria dos casos atinge mulheres, mas também pode afetar homens, que costumam apresentar quadros mais severos, evoluindo para rinofima, que é o aumento gradual do nariz e dilatação dos folículos.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a rosácea não é uma doença contagiosa.
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O que é rosácea?
Rosácea, ou acne rosácea, é uma doença vascular inflamatória crônica de pele bastante comum.
Segundo a estudante de psicologia Juliana Batista de Macedo, portadora de rosácea, a condição é capaz de influenciar a autoestima de qualquer pessoa que a tenha. “A gente nunca sabe quando estará com a pele minimamente boa. Antes, eu usava muita maquiagem no dia a dia, principalmente para tentar esconder quando a pele estava irritada, e isso só piorava o quadro”, desafaba.
Tipos
Existem quatro tipos conhecidos de rosácea, sendo eles:
Eritemato telangectasica
Neste tipo, a pele adquire tom avermelhado ou rosado e pequenos vasos se tornam evidentes, principalmente na região centro-facial, próximo às narinas. O avermelhamento pode piorar com a exposição ao sol, em momentos de estresse, durante exercícios físicos ou calor.
Papulopustuloso
Junto ao tom avermelhado, aparecem lesões parecidas com espinhas. Este tipo é até chamado, erroneamente, de acne rosácea. O tipo papulopustuloso é mais comum em homens, com melhoras e pioras intercaladas.
Fimatoso
A pele torna-se espessada, endurecida e avermelhada, com os poros dilatados. É caracterizada pelo aumento das glândulas sebáceas do nariz e acontece, geralmente, em homens na média dos 50 anos. Com o tempo, o nariz pode aumentar de tamanho e, em alguns casos, o queixo também é comprometido.
Ocular
Como o próprio nome já indica, este tipo atinge os olhos. Parte dos casos são identificados em consultas feitas com um oftalmologista. Esse tipo se caracteriza por uma inflamação com avermelhamento e descamação nos cílios. Esse é o mais grave tipo de rosácea, pois pode evoluir para perda da visão.
Causas
A rosácea não possui origem conhecida, contudo, existem evidências de que há predisposição em pessoas brancas ou que sofram com fatores psicológicos, como o estresse.
Estados inflamatórios do organismo vindos desde a alimentação até qualquer outra origem podem desencadear e agravar a rosácea.
Fatores de risco
Alguns fatores de risco podem agravar crises, sendo eles:
- Alimentos ou bebidas quentes
- Alimentos picantes
- Álcool
- Exposição ao sol e temperaturas extremas
- Fatores psicológicos, como estresse
- Banhos quentes ou saunas
- Remédios que dilatam os vasos sanguíneos
Sintomas de rosácea

- Vermelhidão e sensação de calor na pele
- Dilatação permanente de pequenos vasos sanguíneos
- Formação de pequenos nódulos
- Aumento do relevo e espessamento do nariz, queixo ou maçãs do rosto
- Dilatação folicular
- Irritação
- Ressecamento
Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir de análise clínica utilizando um dermatoscópio, que é um aparelho que amplia a visão da pele em até 20 vezes, permitindo visualizar até as camadas mais profundas. Dessa forma, é possível confirmar a hipótese de rosácea.
Qual profissional procurar?
Ao perceber os sintomas, procure um dermatologista. Ele é o profissional mais capacitado para diagnosticar a rosácea e indicar o tratamento adequado para cada paciente.
Rosácea tem cura?
Não existe cura para a doença. Contudo, os tratamentos atuais são capazes de controlar os sintomas e proporcionar maior conforto.
Tratamento para rosácea
Os tipos de tratamento mais comuns e efetivos, de acordo com cada fase e grau, são:
- Sabonetes adequados
- Protetor solar com elevada proteção contra raios UVA e UVB
- Uso de antimicrobianos tópicos
- Uso de derivados de tetraciclina
- Laser
- Luz pulsada
- Cirurgia
- Radiofrequência
Prognóstico
O prognóstico é sempre bom, principalmente quando o problema é descoberto precocemente. O dermatologista maneja as terapias adequadamente em cada quadro.
Riscos
Os principais riscos apresentados são rinofima ou perda de visão. Contudo, ambos podem ser facilmente evitados se o quadro for tratado corretamente.
Além disso, a pele de quem sofre com rosácea é extremamente sensível, por isso, o acompanhamento médico antes do uso de qualquer produto químico na região é de extrema importância.
Prevenção
Não existe uma forma de prever o aparecimento. Porém, com um controle geral dos fatores de risco e sintomas, é possível conseguir monitoramento eficaz da doença e proporcionar ao paciente maior conforto e compreensão do quadro.
“Sei que quando minha rosácea está em situação crítica, é porque tem um motivo: ou não cuidei, ou me expus demais ao calor, ou é algo emocional como, por exemplo, o estresse […]. Ninguém nunca está 100% feliz consigo mesmo, mas é essencial tentar se sentir bem e se aceitar como é”, afirma Juliana.
Para lidar melhor com o problema , algumas dicas são essenciais:
- Saber que a doença é benigna, porém crônica, apresentando crises
- Fazer um diário para observar os fatores agravantes
- Evitar os fatores de risco
- Usar proteção solar diariamente
- Usar maquiagem corretiva para maior conforto, se necessário, mas sempre com moderação
- Consultar-se com um dermatologista periodicamente
Referências
Dermatologista Michele Mauren Haikal – CRM 111164
Esteticista Katia Pacheco Barbosa
Sociedade Brasileira de Dermatologia. Rosácea. Disponível em: www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/rosacea/62/#sintomas