Candidíase: 10 métodos de prevenção

Atualizado em 03 de julho de 2019

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POR Gabriela Simionato

Se você sentir uma coceira incômoda, identificar vermelhidão na região genital acompanhada de secreções, fique atenta: esses podem ser sinais de candidíase.

A doença, que é muito comum em mulheres, é causada por fungos.

“Nossa flora genital natural é composta por fungos e bactérias que vivem em equilíbrio, nos protegendo de infecções oportunistas”, explica Naira Scartezzini Senna, coordenadora de ginecologia e obstetrícia do Hospital e Maternidade São Luiz de São Caetano (SP).

“Porém, algumas situações como calor excessivo, umidade e abafamento podem promover um desequilíbrio da flora e criar oportunidades para o aumento da população de fungos”, completa.

A candidíase pode se manifestar de diversas formas: na pele, unhas, órgãos genitais, garganta, corrente sanguínea e na boca. No entanto, a candidíase vaginal é a mais comum.

Diagnóstico e tratamento da candidíase

O diagnóstico pode ser feito por meio de exames ginecológicos, mas o auxílio médico deve ser procurado ao primeiro sinal de coceira e alteração da mucosa vaginal.

Para os homens, a doença também pode se manifestar. “Os sintomas são parecidos, provocando coceira, dor e vermelhidão no pênis. O homem fica suscetível quando o sistema imunológico está enfraquecido.” esclarece Gustavo A. R. Maciel, ginecologista do Fleury Medicina e Saúde.

O tratamento em si é simples e consiste no uso de medicamentos orais ou cremes. “Em casos mais simples,  o tratamento pode ser feito com antifúngico por via oral em dose única ou por meio de cremes vaginais que estão disponíveis em farmácias em dose única ou múltiplas doses”, afirma Carla Iaconelli, especialista em reprodução humana.

Já nas candidíases recorrentes pode-se utilizar o tratamento via oral prolongado por até 6 meses.

“O tratamento deve ser sempre realizado com orientação médica após exame físico e confirmação da doença, e a  escolha da medicação também deve ser feita por um profissional médico, que definirá o número de dias para o tratamento e verificará se o parceiro também deve ser tratado”, complementa Naira.

Segundo a especialista, o tratamento não pode ser driblado , uma vez que o incômodo causado pela coceira tende a ser muito grande.

“Os sintomas se intensificam no decorrer dos dias e o incômodo torna praticamente impossível a ideia de não tratar o fungo. O prurido intenso pode provocar lesões na pele da vulva pelo ato da coçadura, favorecendo a contaminação secundária por bactérias em casos mais extremos”, explica Naira.

Caso tenha mais de quatro episódios de candidíase ao ano, pode ser que a pessoa tenha um caso de candidíase crônica ou recorrente.

“Na maioria das vezes o que facilita o surgimento seria o tratamento incompleto, a infecção por tipos de fungos mais resistentes aos tratamentos e infecção mista de outros agentes causadores de vaginoses”, explica Carla Iaconelli.

Nestes casos, segundo ela, é preciso ter um acompanhamento contínuo com um ginecologista e evitar tratamentos caseiros para candidíase.

Como se prevenir da candidíase?

Confira abaixo 10 dicas para ajudar a evitar a candidíase:

  1. Absorventes diários são vilões no combate aos fungos, pois eles aumentam a temperatura da região íntima e promovem abafamento com aumento da umidade. Protetores diários devem ser usados apenas durante a menstruação ou em situações específicas;
  2. Sabonetes líquidos íntimos são recomendados por serem cosméticos formulados especificamente para a região genital, com ph muito próximo ao natural e sem perfumes ou corantes agressivos à vulva;
  3. Roupas de banho devem ser trocadas com regularidade, evitando permanecer com biquínis ou maiôs úmidos por muitas horas;
  4. Roupa íntima deve ser bem lavada e seca. Evite pendurar e secar calcinhas no banheiro, por exemplo, que é um ambiente pouco arejado da casa e que pode deixar a peça úmida por tempo prolongado — e não há ambiente mais propício para fungos do que esse;
  5. Para evitar a candidíase, é importante sempre realizar higiene íntima adequada;
  6. Evite usar roupas apertadas com muita frequência, como calça jeans e meias-calças;
  7. Prefira roupas íntimas de algodão;
  8. Procure, também, dormir sem calcinha;
  9. Alimentação balanceada e exames de rotina devem ser realizados para manutenção da saúde integral;
  10. Doenças como diabetes, estresse, imunossupressão e outras também podem aumentar as chances de desenvolver a doença.

*Fontes: Carla Iaconelli, especialista em reprodução humana; Clícia Quadros, ginecologista e especialista em saúde da mulher; e Naira Scartezzini Senna, coordenadora de ginecologia e obstetrícia do Hospital e Maternidade São Luiz unidade São Caetano