Conheça o mayaro, vírus ‘primo da chikungunya’ que ameaça o Sudeste

Atualizado em 07 de agosto de 2019

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POR Ligia Lotério

Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram que o vírus “primo” da chikungunya está circulando na região Sudeste do País. Denominado mayaro, o agente gera sintomas parecidos com seu parente, como febre alta e dores crônicas nas articulações. Entenda.

Vírus primo da chikungunya

O vírus mayaro já foi registrado em estados do Norte e Centro-Oeste do Brasil, especialmente os que têm proximidade com a região Amazônica. De acordo com o Ministério da Saúde, entre dezembro/2014 e janeiro/2016 foram confirmados 86 casos da doença.

Além da região Norte, a enfermidade já foi relatada em regiões de floresta tropical de outros países da América do Sul e Central, como Bolívia, Costa Rica e México.

Agora, sua presença se estendeu para a região Sudeste, mais especificamente o estado Rio de Janeiro, segundo estudo do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ.

A descoberta do vírus se deu após 57 das quase 300 amostras com indicação clínica de chikungunya colhidas no estado derem resultado inconclusivo. Os pesquisadores ficaram desconfiados e, após testes, detectaram o mayaro em três moradores de Niterói que viajaram à terra carioca.

Transmissão do vírus mayaro

O mayaro é transmitido principalmente pela picada do mosquito Haemagogus infectado, que habita áreas de florestas e matas fechadas.

Sintomas

Os sintomas da febre mayaro são semelhantes aos da dengue e da chikungunya:

  • Cansaço
  • Febre
  • Dor e inchaço nas articulações
  • Manchas vermelhas na pele
  • Dor de cabeça
  • Dor nos olhos

Por serem pouco específicos, a diferenciação dos quadros de mayaro para os causados por outros vírus é feita por exames laboratoriais.

Tratamento inexistente

Segundo nota do Ministério da Saúde, não há tratamento específico para o novo vírus mayaro, apenas sendo indicado que os pacientes repousem e tomem medicações prescritas para alívio dos sintomas, como analgésicos e anti-inflamatórios.

Em contraponto à falta de tratamento, não há casos de morte por mayaro no Brasil.