Como é feita a cirurgia de hérnia que Bolsonaro será submetido

Atualizado em 02 de setembro de 2019

|

POR Bruno Botelho dos Santos

O presidente Jair Bolsonaro vai realizar, no próximo domingo, 8, cirurgia para corrigir uma hérnia incisional no lado direito do abdômen, decorrente dos procedimentos que foi submetido devido à facada que levou durante a campanha eleitoral de 2018.

A recuperação da cirurgia, que é a quarta após o atentado, deve durar aproximadamente uma semana, com afastamento das funções presidenciais por 10 dias. Saiba mais:

Hérnia de Jair Bolsonaro

Print do twitter do presidente Jair Bolsonaro dizendo que realizará cirurgia para hérnia incisional
Twitter/@jairbolsonaro

A hérnia incisional pode surgir após procedimentos na região abdominal, já que a manipulação enfraquece os tecidos. O problema acontece mesmo em operações bem-sucedidas pois não é fruto de falha cirúrgica, mas de alterações na cicatrização.

A não realização de repouso adequado no pós-operatório também pode causar a hérnia, já que o esforço faz com que os pontos arrebentem e o tecido extravase para fora do abdômen.

É perigosa?

Normalmente, hérnias não são perigosas, já que podem ser manipuladas de volta para o abdômen sem grandes problemas. Porém, a falta de tratamento pode resultar em complicações como:

  • Estrangulamento: a pressão na hérnia pode comprometer o fluxo sanguíneo do órgão ou tecido e causar isquemia, morte celular ou gangrena;
  • Obstrução: o extravasamento para o intestino prejudica o funcionamento dos órgãos, gerando problemas para defecar e vômitos.

Ambas as complicações são graves e necessitam de cirurgia urgente.

Como será a cirurgia de hérnia de Jair Bolsonaro?

Independente do tipo de hérnia – inguinal, incisional, epigástrica, umbilical e de hiato – a cirurgia é quase sempre necessária visto que, mesmo na ausência de sintomas, previne complicações como dano aos nervos e criação de outra hérnia.

O procedimento exige internação de até 24 horas e o paciente pode retomar suas atividades em 3 a 5 dias, desde que evite as que exigem esforço físico.

Há três tipos de cirugia de hérnia, os quais são definidos com base em detalhes como tipo extravasamento, gravidade, idade e características físicas do indivíduo. Ainda não há confirmação sobre o método que o presidente será submetido, mas ele pode ser:

Aberta

A técnica é realizada com a aplicação de anestesia peridural seguida de incisão na região abdominal. O tamanho do corte varia segundo a amplitude da hérnia e as características físicas do paciente.

Então, o médico recoloca a hérnia dentro do abdômen pela mesma abertura pela qual ela saiu. Em seguida, a incisão é fechada com pontos.

Laparoscópica

Esse tipo de cirurgia é considerado menos invasivo, mas pode exigir aplicação de anestesia geral. Primeiro, é injetado gás carbônico no abdômen para melhorar a visibilidade das estruturas.

São realizadas três pequenas incisões: uma para colocar a câmera e visualizar as estruturas internas e as outras para que o médico manuseie os instrumentos cirúrgicos.

Então, o cirurgião empurra a hérnia de volta para o abdômen, colocando uma tela para reforço e fechando a abertura.

Robótica

Também é considerada menos invasiva. São realizadas cinco ou seis pequenas incisões no abdômen, pelas quais um robô executa procedimento igual aos outros métodos, controlado pelo cirurgião. Devido à tecnologia, o médico pode obter resultados mais precisos.

Fontes

Cirurgião geral Bruno Hernani, da Hérnia Care – CRM 145852

Cirurgião geral Iron Pires, da Hérnia Care – CRM 147920

Cirurgião geral Paulo Henrique, dá Hérnia Care – CRM 141104

Cirurgião geral Sergio Roll, da Hérnia Care – CRM 44231