Bactéria perigosa que vive na pele está mais resistente a medicamentos

Atualizado em 23 de maio de 2019

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POR Gabriele Amorim

Uma bactéria que vive naturalmente na pele de todas as pessoas e que pode desencadear infecções perigosas está se tornando cada vez mais resistentes a medicamentos, alertam cientistas. Parente próximo da MRSA, Staphylococcus epidermidis oferece risco especialmente a pacientes que serão submetidos a cirurgias. Entenda:

Staphylococcus epidermidis

A bactéria, mais conhecida como estafilococos, vive naturalmente na pele e costuma ser inofensiva na maior parte do tempo, porém há casos de infecções bastante graves por meio de feridas abertas.

Cientistas da Universidade de Bath, no Reino Unido, estudaram casos de pessoas que tiveram infecções após cirurgias de substituição de articulação do quadril ou joelho e operações de fixação de fraturas. Por meio deles, foram descobertos 61 genes alterados que tornam os tipos de staphylococcus epidermidis mais propensos a causar doenças potencialmente fatais.

As descobertas foram publicadas na Nature Communications.

Esses genes mais fortes ajudam a bactéria a crescer na corrente sanguínea e evitam a resposta imune do hospedeiro. “O Staphylococcus epidermidis é um patógeno perigoso à vista de todos”, diz o professor Sam Sheppard, do Milner Centre for Evolution da Universidade de Bath.

Os estudiosos afirmam que a descoberta é capaz de auxiliar médicos a prevenir e detectar infecções por esta bactéria, assim como identificar quais pacientes correm mais risco antes de se submeterem a cirurgias.

Cuidados

O corpo humano é como um reservatório de bactérias que estão prontas para invadir outras partes toda vez que uma das barreiras de defesa sofre enfraquecimento. Os estafilococos que vivem na pele estão apenas esperando o aparecimento de uma pequena lesão para penetrarem o organismo.

Este é o motivo pelo qual deve-se sempre higienizar adequadamente as feridas. Qualquer lesão na pele é uma porta de entrada para bactérias que vivem no meio externo.

Além disso, quando trata-se de um ambiente hospitalar, todo cuidado é pouco, pois a exposição a bactérias é ainda maior.