Transport ou esteira: qual é o melhor para você?

Atualizado em 08 de agosto de 2019

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POR Redação

Transport ou esteira? Eis o dilema. Apesar de os aparelhos apresentarem adaptações semelhantes, principalmente para pessoas que estão iniciando um programa de treino aeróbio, cada um tem sua particularidade. Fato é que os dois tornaram-se as máquinas aeróbias mais populares das academias. Mas qual escolher? Um é melhor do que o outro? Tire suas dúvidas abaixo:

Principais diferenças entre transport e esteira

Quando se compara uma esteira a um elíptico, a constatação mais rápida e evidente é a de que os elípticos causam menos impacto sobre as articulações do que as esteiras, o que significa que eles são os aparelhos ideais para quem, por exemplo, está acima do peso ou se recupera de uma lesão.

Quando uma pessoa anda, o impacto sobre os joelhos é de aproximadamente duas vezes o seu peso do corpo, mas quando ela corre, pode ultrapassar três vezes o peso corporal. Pulando, o choque é ainda maior. É por isso que qualquer um que tenha dor nas articulações ou lesões articulares se beneficia mais do uso dos elípticos.

Por outro lado, o choque resultante do contato dos pés com a esteira ajuda a fortalecer os ossos, o que também é importante e pode trazer bons resultados para aqueles que não sentem dores nas articulações e que não estão se recuperando de uma lesão.

Outro ponto que as diferencia: gasto de calorias e aumento do VO2 máx.. A esteira apresenta uma força de reação contra o solo bastante significativa, apesar dos seus sistemas de amortecimento que minimizam o impacto. Devido a essa característica, a queima calórica pode chegar a até 400 calorias em 30 minutos de atividade. O transport, por sua vez, pode atingir uma queima calórica de até 250 calorias no mesmo tempo, justamente por não existir força de reação.

Apenas por isso, a maior parte das pessoas certamente apostaria na esteira. Mas estudos da Universidade de Missouri-Columbia (EUA) mostram que a falta de impacto nas articulações permite queimar quase a mesma quantidade de calorias que a esteira, com a vantagem de que o usuário tem a sensação de que o esforço que ele está fazendo é menor. De acordo com a pesquisa, se uma pessoa quiser queimar exatamente as mesmas calorias que as eliminadas quando se usa a esteira, ela terá de ficar no elíptico 10% mais tempo.

Acontece mais ou menos o mesmo com o chamado VO2 máx – parâmetro que indica a quantidade máxima de oxigênio consumido pelo corpo. Quanto maior o VO2 máx., mais condicionado você está e, portanto, mais oxigênio será transportado para os músculos.

O mesmo estudo mostra que as pessoas conseguem melhorar o seu VO2 máx. fazendo a modalidade de exercício que elas treinam mais. Como a maior parte das pessoas está acostumada a andar, trotar e correr, a esteira geralmente é o exercício mais natural para a maioria das pessoas e elas conseguem queimar mais calorias porque se sentem confortáveis nela.

Mais: boa parte das pessoas tem problema de equilíbrio quando começa a se exercitar no elíptico e tende a segurar as barras do aparelho. Os resultados do estudo mostram que agarrar a barra reduz o VO2 (a porcentagem do VO2 máx., ou seja, a intensidade na qual uma pessoa se exercita) e o gasto calórico. Por isso, para quem tem problema para se equilibrar, é recomendado segurar cada barra com apenas dois dedos de uma das mãos para reduzir esse efeito. Essa mudança simples na posição da mão faz uma tremenda diferença.

Escolhendo entre transport ou esteira

Uma das questões-chave quando se fala em exercício é quanto o aluno se mantém fiel a um treino ou aparelho. E isso está ligado à variedade do treino. Quanto maiores as possibilidades de variar o treino, menores as chances de cair na monotonia e maiores também são as possibilidades de o aluno continuar a se exercitar naquela máquina.

Neste quesito, o elíptico leva vantagem. Isso porque, enquanto a esteira só permite regular inclinação e velocidade, o transport oferece a possibilidade de controlar intensidade, a opção de não usar as barras, permitindo focar o trabalho nos membros inferiores, e a de fazer o exercício no modo reverso, levando os pedais para trás e não para frente. Ou seja, o transport oferece mais oportunidades de variar o treino do que a esteira.

Fonte

Profissional de educação física David Silva, da Bodytech Aphaville – São Paulo