Glutamina: o que é, para que serve e como suplementar

Atualizado em 04 de janeiro de 2019

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POR Ligia Lotério

A glutamina é um aminoácido abundante no sangue que desempenha importantes funções no organismo. Em alguns casos, deve ser suplementada para tratar ou evitar sua deficiência e melhorar a saúde em geral. Saiba quais os benefícios e quando apostar nela:

O que é?

A glutamina é uma molécula que serve como bloco de construção de proteínas. Ela é produzida naturalmente pelo organismo, sendo o aminoácido mais presente no sangue e em outros fluidos corporais.

Apesar disso, algumas pessoas podem necessitar de mais glutamina do que o corpo produz, sendo indicada a suplementação.

Tipos

Como muitos outros aminoácidos, esse é dividido em dois tipos, L-glutamina e D-glutamina, que são quase idênticos, mas têm um arranjo molecular levemente diferente.

A forma mais encontrada em alimentos e suplementos é a primeira, muitas vezes chamada apenas de “glutamina”.

Alimentos com glutamina

Diversos alimentos contém esse aminoácido, especialmente os de origem animal.

Um estudo publicado no European Journal of Clinical Nutrition determinou a porcentagem de L-glutamina na composição de vários alimentos e descobriu os seguintes dados:

  • Ovos: 4,4%
  • Carne bovina: 4,8%
  • Leite desnatado: 8,1%
  • Tofu: 9,1%
  • Arroz branco: 11,1%
  • Milho: 16,2%

Estes são apenas alguns exemplos estudados, mas se sabe que qualquer alimento com proteína terá este composto.

Para que serve glutamina?

Queimaduras

A glutamina administrada por via intravenosa é capaz de acelerar o tratamento de queimaduras por impulsionar a cicatrização.

Para cirurgias

A glutamina intravenosa ainda pode melhorar o sistema imune e, com isso, reduzir o risco de infecções após procedimento cirúrgicos.

Para o sistema imunológico

Tem papel importante no sistema imunológico pois é fonte de combustível para células imunes, como os glóbulos brancos e células intestinais.

Deste modo, a insuficiência do aminoácido pode comprometer a função do sistema imunológico.

Para o intestino

Os benefícios da glutamina para o sistema imunológico estão relacionados ao aparelho intestinal, conjunto de órgãos cujas células têm função imunológica.

Acontece que esse aminoácido alimenta as células intestinais e ainda cria uma barreira no intestino que o separa do resto do organismo, impedindo a permeabilidade de bactérias e toxinas.

Para exercícios

Como atua na construção de proteínas, pode ser usada como suplemento que estimula o ganho muscular e melhora o desempenho no exercício. Embora tal premissa não tenha sido descartada, ainda carecem estudos que a confirmem.

Na contramão da incerteza, uma pesquisa da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro descobriu que a glutamina pode reduzir o marcador sanguíneo de fadiga durante duas horas de corrida (33).

Efeitos colaterais

Desde que seja consumida em quantidades adequadas, orientadas por um nutricionista, a glutamina não causa males à saúde.

Sabe-se que um cardápio diário comum pode conter de 3 a 6 gramas do aminoácido, quantidade que não foi relacionada a efeitos colaterais.

Já no caso dos suplementos, o uso em curto prazo é inofensivo, mas em longo causa preocupação pois pode alterar a forma pela qual o corpo absorve e processa aminoácidos, embora os efeitos de tal situação ainda não foram documentados.

Contraindicações

Não há informações suficientes sobre a segurança do suplemento glutamina para crianças, gestantes e lactantes, portanto estes perfis devem evitá-la.

Pessoas com cirrose, doenças do fígado, sensibilidade ao glutamato monossódico, mania e convulsões devem evitar o produto, já que ele pode piorar tais manifestações.

Engorda?

Se for tomada em quantidades adequadas, a molécula não engorda. Nestes casos, pode haver mudanças no peso devido ao ganho de massa magra.

Como tomar?

Geralmente, se inicia com uma dose de 5 gramas por dia, mas apenas um nutricionista poderá recomendar a quantidade ideal para cada pessoa.

É possível ingeri-la pela manhã, para estimular a função intestinal, ou antes do treino, para dar energia.

Preço

Em média, 300 gramas de glutamina em pó custa de R$ 40 a R$ 140.

 

Fontes

FDA. List of orphan designations and approvals. Disponível em: www.fda.gov/orphan/designat/list.htm.

Miller AL. Therapeutic considerations of L-glutamine: a review of the literature.