Esteroides Anabolizantes e suas consequências para o corpo

Atualizado em 05 de setembro de 2018

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POR Redação

A utilização dos chamados Esteroides Anabolizantes (EA) vem ocorrendo com frequência cada vez maior entre os praticantes de atividade física intensa.

Seu uso indiscriminado, visando aprimoramento estético e de performance, porém, também tem aumentado a incidência de seus efeitos colaterais, que são muitos.

Por serem usados sem supervisão médica, fora de suas indicações iniciais e, na maioria das vezes por indivíduos que buscam resultados imediatos, esses efeitos indesejados têm sido cada vez mais relatados por seus usuários.

Até mesmo na literatura médica, por razões éticas, não existem publicações de pesquisas direcionadas ao emprego dos EA com essa finalidade. Com isso, as doses mais utilizadas não têm um embasamento científico.

Como os EA atuam no organismo?

Os Esteroides Anabolizantes provocam aumento da síntese de proteína e são antagonistas dos glicocorticoides (substâncias que têm efeito catabólico e tem sua produção aumentada após treinamentos intensos).

Esse efeito já é o suficiente para um incremento da massa muscular (massa magra) e consequente melhoria estética. Além disso, possuem efeito sobre o SNC (euforia, recuperação mais rápida dos desgastes de treinamentos e diminuição da fadiga) e na produção de hemácias (aumentam a taxa de hemoglobina e consequentemente o transporte de oxigênio).

Ao não se preocuparem com seus efeitos deletérios, os usuários mais afoitos chegam a fazer uso de drogas que têm emprego até mesmo na veterinária. Isso contribui para que os efeitos adversos dos EA apareçam mais rapidamente.

Efeitos colaterais dos Esteroides Anabolizantes

  • Elevação das enzimas hepáticas;
  • Hepatite química;
  • Icterícia;
  • Propensão aumentada ao desenvolvimento do hepatocarcinoma;
  • Aumento dos níveis de colesterol sanguíneo, principalmente às custas de LDL (“colesterol ruim”), que está mais relacionado à formação de placas de gordura nas paredes arteriais e consequente obstrução;
  • Diminuição nos níveis de HDL (“colesterol bom”). Esses efeitos começam a aparecer em uma semana e podem levar cerca de um ano após a sua interrupção para se normalizarem;
  • Hipertensão arterial;
  • Infarto agudo do miocárdio;
  • Morte súbita;

Sintomas psiquiátricos associados ao uso de EA

  • Paranoia;
  • Delírio;
  • Surgimento de manias;
  • Tendência homicida.

Comparando-se fisiculturistas que não usam EA com os que usam, estudos detectaram, ainda, maiores incidências de:

  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Hostilidade;
  • Paranoia;
  • Agressividade.

Aqueles indivíduos que já apresentam tendência a distúrbios psiquiátricos têm sua incidência aumentada ao utilizarem Esteroides Anabolizantes. Por produzirem dependência, a interrupção de seu uso causa desordens emocionais, uma vez que o indivíduo considera-se “menos forte” ou com performance mais fraca.

Efeitos no sistema reprodutor em homens

  • Atrofia testicular;
  • Diminuição do número de espermatozoides;
  • Alterações de seu formato;
  • Aumento do tecido mamário nos homens;
  • Aumento da incidência de câncer testicular.

Efeitos no sistema reprodutor em mulheres

  • Atrofia deste nas mulheres;
  • Crescimento de pelos;
  • Surgimento de acnes;
  • Alteração de voz;
  • Hipertrofia de mama;
  • Calvície.

Com a realização de testes antidoping com maior frequência, principalmente próximo a jogos importantes, espera-se que os atletas de alto nível aumentem sua preocupação quanto à utilização dos Esteroides Anabolizantes.

Já jovens praticantes não competitivos, que buscam apenas aprimoramento estético e submetem-se às orientações de “pseudo-profissionais”, devem ser alertados de forma mais consistente e rígida. Só o tempo nos dirá a dimensão deste grave problema.