Há alguns anos, cinta modeladora era sinônimo de acessório pós-parto e pós-cirúrgico. Mas, recentemente, ganhou quase que um status de item essencial para quem deseja moldar o corpo e principalmente perder barriga.
Essa fama surgiu sobretudo pela ampla divulgação que celebridades fizeram em suas redes sociais, tais como Kim Kardashian e Sabrina Sato, e até mesmo pelo suposto resultado que diziam ter, tais como cintura mais fina, abdômen mais firme e até mesmo perda gordura mais rápida.
No entanto, a peça que hoje é considerada tendência não é vista pela mesma forma por profissionais da saúde. Entenda quando, como e quais riscos que a cinta abdominal pode acarretar para o corpo.
Tipos de cinta modeladora
As cintas modeladoras podem ser feitas de diversos materiais, do poliéster ao nylon. No entanto, independente do material usado é importante que a pessoa escolha o tamanho que corresponde ao seu corpo, já que o conforto precisa ser levado em consideração com prioridade.
Para estética
As malhas de compressão para fins estéticos, também chamadas de corseletes, fazem pressão maior na região da cintura e culotes, modelando tais regiões e dando a aparência de uma silhueta mais fina.
Cinta abdominal pós-cirurgia
A cinta abdominal funciona para pós-operatório, visto que exerce uma compressão uniforme e com menos pressão, essencial para reduzir edema e inchaço depois de procedimentos cirúrgicos.
No pós-parto
A cinta modeladora pós-parto ainda divide opiniões de especialistas, visto que alguns a recomendam e outros não.
De fato, ela não é capaz de emagrecer, estimular cicatrização ou fazer com que a barriga da mamãe volte mais rápido, contudo pode ter outras utilidades, como fornecer mais segurança para a paciente se movimentar.
Exercícios físicos
A cinta modeladora funciona também para a prática de algumas atividades físicas, como levantamento de peso, visto que pode estabilizar o core (centro do corpo) e evitar lesões na coluna vertebral.
Indicações
As cintas de compressão para fins estéticos são utilizadas para quem deseja disfarçar gordurinhas excedentes.
Já as cintas de pós-operatório devem ser utilizado depois de cirurgias plásticas estéticas ou reconstrutoras, de acordo com indicação médica.
As cintas abdominais para exercícios físicos ajudam a prevenir lesões na coluna.
Para que serve?
Ajuda a perder barriga?
A cinta modeladora masculina ou feminina dá a impressão de afinar a cintura. No entanto, não existem estudos científicos que indicam que seu uso constante ajuda a reduzir medidas ou remodelar a distribuição da gordura.
Inclusive, o uso diário do acessório, por horas a fio, pode fazer com que a musculatura abdominal fique preguiçosa por não ser utilizada, uma vez que fica automaticamente estática e tensionada, e, com isso, flácida.
Para malhar
Apenas a cinta lombar é indicada para quem vai pegar muito peso durante algum exercício ou outro, como o agachamento com peso,
o que pode exigir muito da coluna.
Fazer atividades físicas com cintas modeladoras de forma inadequada pode causar atrofia da musculatura do abdômen e da lombar, bem como problemas intestinais e até varizes.
Após cirurgias
A cinta de compressão pós-cirúrgica é essencial após procedimentos estéticos pois promove leve compressão na pele e gordura subcutânea, além de gradativa redução do edema, da formação de fibrose e de dores.
As tipo corselete são proibidas no pós-operatório e também não devem ser utilizadas na prática de exercícios físicos.
Como usar?
As malhas pós-operatórias devem ser utilizadas de 1 a 3 meses depois da cirurgia, sendo que o tempo de uso pode variar de acordo com a orientação de cada cirurgião.
As cintas modeladoras do tipo corselete não devem ser utilizadas diariamente e nem por mais de 4 horas diária , mas apenas para fins de disfarce de uma silhueta indesejada.
As estabilizadoras de core só devem ser utilizadas em determinadas práticas do tipo halterofilismo e somente com orientação de um profissional da área.
Quem não deve usar?
No geral, indivíduos com enfraquecimento da musculatura abdominal e lombar não devem usar cinta modeladora ou abdominal, bem como quem tem deformidades permanentes com atrofia da pele e gordura, ou até mesmo de estrutura da coluna.
Riscos
Qualquer acessório do gênero precisa ter o aval de um especialista antes de ser usado.
A cinta modeladora de uso específico, como para pós-cirúrgico e prevenção de lesões durante exercícios, não apresentam riscos quando usadas de forma adequada e orientada.
Já o uso diário da cinta modeladora estética pode causar atrofiamento dos músculos da barriga, deixando-a flácida.
Preço
Há uma variedade de modelos, como a cinta abdominal com velcro ou a com zíper, os quais diferem também nos preços.
A cinta modeladora pode custar de R$ 50 a R$ 200.
Fontes
Cirurgião plástico Wendell Uguetto, do Hospital Israelita Albert Einstein. CRM 112.145/SP