Conheça a síndrome da deficiência energética relativa ao esporte

A prática de exercícios físicos está realmente associada à prevenção e reabilitação de muitas doenças? Sim, desde que haja um aporte nutricional adequado para manter o mecanismo funcional de nossos sistemas orgânicos. Por isso, nem mesmo a atividade física foge à máxima descrita pelo renomado médico do século XV, Paracelso (1493-1541), que diz “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”.

Relative Energy Deficiency in Sport (RED-S) ou, em português, síndrome da deficiência energética relativa ao esporte, é o nome que se dá para um conjunto de sintomas que ocorrem por um desequilíbrio da energia necessária para que a fibra muscular exerça o trabalho exigido perante a quantidade que é ingerida.

Deficiência energética relativa ao esporte: sintomas

Quando o corpo entende que há pouca energia disponível para executar suas funções, passa a priorizar os órgãos mais importantes, isto é, coração, cérebro e pulmões, reduzindo o trabalho dos demais, como por exemplo ovários e testículos.

Em consequência, surgem desordens do sistema reprodutor, como redução da produção de importantes hormônios como estrogênio e testosterona, cuja escassez também atrapalha a mineralização óssea e o metabolismo da fibra muscular.

Algumas das manifestações desta patologia são:

  • Alterações menstruais
  • Baixa densidade mineral óssea
  • Baixa imunidade
  • Cansaço excessivo
  • Infertilidade
  • Lapsos de memória
  • Mau humor
  • Perda de massa muscular
  • Queda no rendimento

Causas

É muito importante salientar que a síndrome da deficiência energética relativa ao esporte não necessariamente é sinal de excesso de treino, mas sim de associação com uma deficiência alimentar para atividade física praticada, que pode estar relacionada a hábitos alimentares inadequados e, principalmente, a transtornos graves, como bulimia e anorexia nervosa.

Assim, ainda que o corpo não seja levado ao seu limite, o déficit energético pode desencadear a síndrome.

Numa sociedade em que o culto ao corpo e a cobrança por resultados são tão valorizados, a RED-S não se apresenta apenas em atletas de alta performance, sendo cada vez mais incidente em esportistas mulheres e homens, mesmo amadores.

Tratamento

O tratamento ideal deve ser multidisciplinar e envolver nutricionista, psicólogo, ginecologista, endocrinologista, entre outros. Visa a adequação da taxa proteico-calórica, apoio psicológico e correção das consequências causadas pela síndrome.

Como prevenir?

Seguem algumas dicas valiosas para prevenir a RED-S:

  • Consulte sempre um médico do esporte para que a prescrição do exercício atenda às suas necessidades;
  • Realize sempre adequação energética por um nutrólogo ou nutricionista que estejam atuando de maneira harmônica com o médico do esporte e o treinador;
  • Jamais crie hábitos alimentares baseados em dicas de blogueiros. Muitos não têm a menor noção do que estão escrevendo e apenas copiam outras pessoas;
  • Não tenha tanta preocupação com sua imagem corporal. Corpos muito bonitos podem não ser necessariamente funcionais para o esporte que você pratica.

Os textos, informações e opiniões publicadas nesse espaço são de total responsabilidade do autor. Logo, não correspondem, necessariamente, ao ponto de vista do Ativo Saúde