Rosácea: aprenda mais sobre o distúrbio inflamatório

Atualizado em 11 de fevereiro de 2020

Por: Juliana Toma

DERMATOLOGISTA | CRM 156490

A rosácea é um distúrbio inflamatório crônico, caracterizado por manifestações cutâneas na região da face. O problema atinge adultos entre 30 e 50 anos de idade e é mais frequente em mulheres.

Ainda não se sabe ao certo o que está por trás do distúrbio. Pessoas com histórico familiar de rosácea possuem 30% de chance de desenvolver a doença. Além disso, alimentos picantes, uso de álcool, temperaturas extremas, estresse, infecções e medicações vasodilatadoras são fatores de risco.

O que é rosácea?

A rosácea é uma doença vascular inflamatória. Também chamada de acne rosácea, ocasiona um quadro de alterações cutâneas na região da face que tendem a piorar ao longo do tempo.

As mudanças na pele geralmente se tornam cada vez mais incômodas e acabam por prejudicar a autoestima dos acometidos.

Tipos da doença

Os sintomas podem se manifestar de diferentes formas, o que diferencia os 4 tipos da doença.

Eritemato-telangiectasia

Este é o tipo mais comum. A pele do indivíduo passa apresentar-se em tom avermelhado e alguns pequenos vasos sanguíneos se tornam evidentes, as chamadas teleangiectasias.

As alterações de concentram na região central da face e podem piorar com o uso de álcool, exposição solar, momentos de estresse e calor.

Além das alterações na aparência, esses pacientes tendem a sofrer com a maior sensibilização da pele.

Rosácea papulopustulosa

Neste caso, bem como no anterior, ocorre alteração da coloração da pele. Porém, além dessa mudança, surgem lesões papulopustulosas, pequenas feridas que lembram acnes.

Geralmente acomete homens e intercala períodos de melhora e piora dos sintomas.

Rosácea fimatosa

A rosácea fimatosa é um tanto mais grave que as demais, sendo considerada o último estágio da doença.

Conforme o quadro vai se tornando mais grave, a pele começa se tornar espessa e endurecida, com poros mais dilatados.

Com o tempo, as alterações vão se tornando tão significativas que o nariz do paciente pode chegar a dobrar de tamanho.

Rosácea ocular

A rosácea ocular atinge predominantemente a região próxima aos olhos, em especial ao redor dos cílios. Além da vermelhidão, ocorre descamação da pele nas áreas atingidas.

Se acaso não for realizado o tratamento, a doença pode evoluir com a perda da visão.

Tratamento

Não há cura para a doença. Porém, o tratamento de controle tem se mostrado bastante efetivo.

A primeira etapa do tratamento consiste em controlar os fatores de piora.

  • Proteger a pele de temperaturas extremas
  • Evitar o uso de álcool e o tabagismo
  • Usar filtro solar diariamente
  • Optar por aplicar produtos calmantes sobre a pele
  • Evitar alimentos picantes
  • Ter cuidado na hora de escolher cosméticos (prefira opções que não agridam a pele)

Conforme o estágio da doença, outros tratamentos se farão necessários.

O uso de antibióticos como metronidazol e eritromicina podem ajudar a controlar a inflamação e a tratar os sintomas.

Se o caso for de rosácea ocular, a recomendação são os antibióticos via oral, como doxiciclina e tetraciclina, por exemplo.

Outros tratamentos recomendados são o laser e a eletrocauterização, em especial para pacientes que apresentam telangiectasia. O dermabrasão é indicado para pacientes com rinofima e em casos mais graves a cirurgia pode ser a melhor opção.

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