O aumento da população idosa é uma conquista, mas ao mesmo tempo um desafio, já que o envelhecimento traz condições típicas dessa faixa etária, como a instabilidade postural. A ocorrência de quedas é comum, mas não é normal do envelhecimento.
Por definição, a queda é “um evento não intencional que tem como resultado a mudança da posição do indivíduo para um nível mais baixo, em relação a sua posição inicial” (Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia, 1998). É importante prevenir as quedas, pois suas consequências podem ser graves, como fraturas ósseas (principalmente fêmur e punho) e traumas cranianos.
Mesmo quando os ferimentos de uma queda são leves, as consequências psíquicas envolvem medo, fazendo o idoso diminuir progressivamente sua mobilidade, aumentando o risco de queda.
Consequências das quedas
As consequências da queda podem ser funcionais e psicossociais. As funcionais são perda da independência e mudança de comportamento, já as psicossociais incluem medo, sensação de impotência, desgaste emocional, depressão, diminuição da autoestima, vergonha e menos otimismo em relação ao futuro.
A equipe multidisciplinar é capaz de promover reabilitação e redução do risco de queda ao idoso. Profissionais envolvidos nesse processo incluem médico, enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e arquiteto gerontólogo.
Como evitar quedas na terceira idade
Os fatores de risco para as quedas podem ser intrínsecos, medicamentosos ou extrínsecos. Os intrínsecos ocorrem quando o problema é inerente à saúde do indivíduo. Já os fatores medicamentosos estão ligados ao consumo que o indivíduo faz. Por fim, os extrínsecos são as condições que o idoso está inserido.
A maioria das quedas ocorre dentro do ambiente doméstico devido a fatores extrínsecos, como tapetes, piso escorregadio e uso inadequado de calçados. Contudo, alguns fatores intrínsecos e medicamentosos podem gerar quedas, como distúrbios do equilíbrio, fraqueza, alteração da marcha, entre outros.
Os profissionais envolvidos na adoção de medidas preventivas trabalham em conjunto para forma a tornar o ambiente mais seguro para o idoso.
Inicialmente, é feita avaliação física dos idosos e análise de cada cômodo da casa, a fim de eliminar riscos potenciais de acidentes. A cozinha e o banheiro são os ambientes mais perigosos.
Embora as adaptações sejam necessárias, não devem descaracterizar o ambiente que o idosos tem apreço. Veja exemplo de algumas medidas preventivas:
- Piso da cozinha e do banheiros deve ser antiderrapante;
- Se possível, deve-se colocar barras de segurança na parede do interior do box e ao lado do vaso sanitário;
- O vaso deve ter suporte para aumento de altura;
- Fechaduras devem ser fáceis de manusear, trocando as que são redondas;
- Sofás, poltronas e cadeiras devem ser firmes com antebraços;
- Vale inserir uma grade removível na lateral da cama;
- Caso haja escadas, inserir corrimão em ambos os lados.
É importante procurar profissionais capacitados para adequar o ambiente e deixá-lo seguro. Existem muitas dicas e intervenções a serem feitas para que o dia a dia do idoso seja seguro, com autonomia, independência e qualidade de vida.