Lordose e cifose: o que são e como tratar?

Atualizado em 11 de novembro de 2019

Por: Orlando Righesso Neto

ORTOPEDISTA | CRM 17312/RS

Todos os seres humanos têm lordose e cifose, mas quando elas se tornam um problema?

A coluna vertebral, vista de frente, deve ser retilínea, ou seja, qualquer alteração do alinhamento constitui um “desvio”. Já na visão lateral, a coluna apresenta um formato parecido com um “S”. Na região cervical, é curva para dentro (LORDOSE), na região torácica é curva para trás (CIFOSE), na lombar novamente para dentro (LORDOSE) e na sacrococcígea – referente ao quadril e cóccix – para trás (CIFOSE).

Estas curvaturas apresentam valores angulares determinados que são considerados normais. Portanto, todos devemos ter tê-las. Contudo, algumas condições patológicas ou traumáticas podem alterá-las, aumentando ou diminuindo-as. Vejamos a seguir alguns exemplos nas três principais regiões da coluna vertebral:

Lordose e cifose acentuadas

Região cervical

Hipolordose

É mais comum observarmos a perda da lordose causada pelo estreitamento dos discos intervertebrais (cartilagens), com consequente aproximação das vértebras e retificação da coluna e também por problemas congênitos como, por exemplo, quando uma vértebra nasce unida na outra.

Hiperlordose

O aumento da lordose cervical pode ocorrer após uma fratura causada por queda ou acidente automobilístico.

Região torácica

Hipercifose

O aumento da cifose é conhecido popularmente como “corcunda”. O problema é mais comum na adolescência, durante o crescimento, causando uma assimetria do tamanho das vértebras, conhecida como “Doença de Scheuermann” ou “Dorso Curvo”.

Ao contrário de alguns problemas posturais, esta hipercifose é rígida e pode se tornar dolorosa com o passar dos anos. O aumento da cifose também pode ocorrer por uma fratura vertebral quando existe esmagamento ósseo.

Hipocifose

A diminuição da cifose ocorre algumas vezes associada com a escoliose e, pela diminuição do diâmetro da caixa torácica, existe o risco de causar restrição da capacidade pulmonar.

Região lombar

Hiperlordose

Muitas vezes, observamos o aumento da lordose, especialmente em mulheres, em virtude da relação entre a coluna e a bacia, que é maior no sexo feminino. Não é incomum queixarem-se que a coluna lombar é muito curva para dentro. Porém, normalmente este aumento é considerado benéfico aos discos intervertebrais porque permite melhor distribuição de cargas evitando com isso as lesões nos discos.

Hipolordose

A diminuição da curvatura da coluna lombar, parece estar relacionada com uma maior incidência de desgastes discais. Por isso, com exceção dos casos mais graves causados por patologias como escorregamentos vertebrais e doenças neuromusculares, não se queixe que sua coluna é mais “LORDÓTICA” porque isso é melhor.

Como tratar?

As fraturas lombares podem alterar significativamente a curvatura, especialmente quando tratadas incorretamente, uma vez que a cicatrização óssea geralmente ocorre após alguns meses. Desta forma, este tipo de lesão deve ser avaliado e tratado pelo especialista em coluna, visto que a correção cirúrgica tardia das deformidades pós-traumáticas é muito mais complexa e tem maior risco.

A prática regular de exercícios físicos, especialmente os fortalecedores do sistema muscular CORE, estabilizador da coluna, como Pilates, RPG, Yoga e musculação é benéfica na manutenção das curvaturas fisiológicas da coluna.

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