Escoliose: o que é, sintomas, cura e tratamento

Atualizado em 11 de novembro de 2019

Por: Orlando Righesso Neto

ORTOPEDISTA | CRM 17312/RS

Escoliose é desvio lateral da coluna vertebral acompanhado da rotação das vértebras que ocorre com maior frequência durante o surto de crescimento imediatamente antes da puberdade. Embora possa ser causada por condições como a paralisia cerebral e a distrofia muscular, a causa da maioria das escolioses é desconhecida. Saiba mais:

Tipos

Os principais tipos de escoliose são:

Antálgica

Ocorre quando a coluna fica inclinada para o lado, como em um caso de dor abdominal, mas não “torcida”. Portanto, não é verdadeira. Esse tipo apresenta baixa incidência, mas quando presente pode ser bastante deformante.

Idiopática

Surge na adolescência durante o estirão do crescimento e, como o nome diz, não tem causa conhecida.

Congênita

É causada por algum problema na formação dos ossos.

Neuromuscular

Tem origem neurológica, como em casos de poliomielite e paralisia cerebral.

Sintomas

Além da dor, a coluna com escoliose apresenta diferença na altura dos ombros, saliência de alguma das escápulas, aumento unilateral das costelas — conhecida como gibosidade costal (sinal característico) — e assimetria da cintura.

Diagnóstico

 

Teste de escoliose.

pixelaway/Shutterstock

O diagnóstico é feito por meio de exame físico e radiografias.

O teste de inclinação frontal (“Teste de Adams”) é de fácil execução e tem alta probabilidade de identificar irregularidades no contorno vertebral.

Desenvolvido há muitos anos nos países do primeiro mundo e ainda pouco comum no Brasil, o Rastreamento Escolar da Escoliose (Scoliosis School Screaning) é um programa que examina as crianças na faixa de maior risco dos 10 aos 15 anos na escola e, quando identifica alguma assimetria corporal, encaminha a criança para avaliação com médica.

A radiografia é o exame inicial para confirmar a presença, determinar o tipo e o conhecer o grau (valor angular) da deformidade. Pode ser necessário realizar também tomografia computadorizada e ressonância magnética da coluna vertebral para esclarecer melhor a etiologia e avaliar os elementos neurais que estão no interior da coluna (canal vertebral).

Escoliose tem cura?

O problema pode ser curado por meio do tratamento adequado.

Tratamento

O risco de progressão da escoliose aumenta conforme a idade de surgimento e conforme o valor angular da deformidade. Normalmente, após encerrar o período de crescimento ósseo, que nas meninas em geral vai até os 13 ou 14 anos e nos meninos até 14 ou 15 anos, o risco de progressão é mínimo, podendo aumentar de 0,5 a 1 grau por ano.

Colete e fortalecimento

Uma escoliose idiopática com valor angular abaixo de 20 graus é considerada de baixa magnitude e é acompanhada periodicamente com radiografias. Exercícios de fortalecimento muscular são benéficos, mas não corrigem a deformidade.

Quando o valor angular está entre 20 e 40 graus, são consideradas curvas de média magnitude e, conforme a idade, podem ser tratadas com coletes ortopédicos se o paciente estiver em crescimento.

Cirurgia

A escoliose acima de 40 graus é considerada severa e está indicada a correção cirúrgica. Alguns tipos de escolioses, como a congênita e a neuromuscular, não respondem a nenhum tratamento, sendo tratadas precocemente com cirurgia.

O tratamento cirúrgico evoluiu muitos nas últimas décadas, sendo possível hoje se obter uma excelente redução da deformidade, mas é um procedimento complexo e de alto risco, devendo ser realizado por médicos com treinamento específico em cirurgia de escoliose.

O risco de lesão neurológica é minimizado com a utilização da “monitorização medular intra-operatória”, um tipo de registro da função medular que permite prever a ocorrência de alguma lesão neurológica e evitá-la. Entretanto, toda cirurgia tem seus riscos e somente o médico especialista tem a experiência e o conhecimento necessários para saber quando os benefícios são predominantes.

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