Constelações Familiares: terapia para o bem-estar

Atualizado em 11 de novembro de 2019

Por: Beatriz Guntzel

FONOAUDIÓLOGA

Já ouviu falar de constelações familiares? Trata-se de uma técnica de terapia breve, com foco na resolução de conflitos. O fundador da técnica é Bert Hellinger, um psicoterapeuta alemão, que iniciou seus trabalhos observando tribos africanas zulus.

Ele se interessava por consciência, pois via que pessoas de um grupo, um determinado clã familiar, cometiam um ato ruim, como por exemplo, roubar coisas de outras tribos e voltar para seu clã original – de consciência limpa.

A partir daí, Hellinger começou a constatar que esta questão da consciência – que nada mais é o que um consenso entre um grupo familiar – nada tem a ver com praticar coisas boas ou más. Este consenso que impera entre grupos de pessoas tem a ver com o que Hellinger chama de ‘Ordens do Amor’ ou ‘Ordens dos Relacionamentos’.

Constelações familiares – Divisão das ordens

Ele dividiu estas Ordens em três:

  • A primeira ordem é a do Pertencimento
  • A segunda ordem é a da Hierarquia
  • E, por fim, a terceira ordem é a do Equilíbrio da Troca

Vamos detalhar uma a uma e observar a quebra de padrões que as Constelações podem facilitar.

Para que eu me sinta pertencendo a um grupo ou a um clã, faço coisas que me deixem de consciência leve, coisas que me deixem iguais às pessoas do meu grupo, por amor. Então, vamos imaginar um menino que nasce em uma família onde seus pais e tios vendem drogas.

Este menino tem um desejo profundo de estudar e trabalhar, porém, seu desejo inconsciente de pertencer àquele grupo é tão maior que, quando cresce um pouquinho, comete os mesmos delitos de seu pai e tios, ou seja, para eu pertencer eu repito um padrão.

A segunda ordem é da Hierarquia, que é muito simples: manda o mais velho, o que tem mais experiência. Para que as famílias tenham um relacionamento saudável, quem veio antes deve ser respeitado, tem um poder.

Já o terceiro círculo que rege os relacionamentos é o Equilíbrio da Troca, o equilíbrio entre o dar e o receber. Quando eu dou algo para alguém fico de consciência leve e este alguém fica de consciência pesada. E para que ele fique de consciência leve, é necessário retribuir.

Quebrando padrões

Pertencimento

Começo falando sobre o Pertencimento. Como, por exemplo, voltando àquele menininho que quer tanto estudar consegue quebrar este padrão? As Constelações facilitam estas quebras de forma bastante amorosa, humana e respeitosa, por meio de frases de efeito, em um trabalho em grupo, onde a pessoa se apropria daquela vontade: “eu quero deixar de vender drogas; eu quero estudar”.

Assim sendo, essa pessoa olha para seus ancestrais e diz: “eu reconheço que o passado de vocês foi difícil e eu o incluo no meu coração; por favor, me abençoem se eu fizer algo diferente do de vocês”. Essa frase cheia de sentimentos – dento de um grupo – faz com que este emaranhado de confusão e repetição de ciclos se dissolva. Esta dissolução se dá em um nível quântico e é muito possível.

Hierarquia

Outro enrosco que costuma dar na vida é em relação à Ordem da Hierarquia, que é quando um pequeno tenta assumir o lugar de um grande, gerando conflito.

Muitas vezes o que acontece neste desequilíbrio é o que chamamos de amor cego. É o amor do pequeno em relação ao grande, onde só o pequeno enxerga este amor. Este pequeno às vezes assume doenças, problemas, conflitos, que ele simplesmente não vai dar conta de resolver.

Imaginem uma criança de três anos assumindo a pressão alta do pai. É um amor profundo, consciente, porém cego. Ele não vê o amor daquele pai. A solução é cada um assumir o seu papel, por meio das frases de efeito, dentro do trabalho em grupo; a gente coloca cada um em seu devido lugar. É muito bonito!

Equilíbrio da troca

O terceiro e último desequilíbrio que as Constelações podem facilitar é o desequilíbrio da troca. Vamos pensar em uma esposa que dá demais para o marido – muita atenção, muita dedicação, muito dinheiro e não recebe nada em troca; eles começam a se desentender e podem até se separar.

Entre amigos o mesmo se sucede. Quando existe um doador excessivo, quem recebe muito fica ingrato e acontece o desequilíbrio. A solução é o seguinte posicionamento: “eu dou, e também assumo que preciso receber”.

Aquelas pessoas, por exemplo, que querem ajudar excessivamente, dentro de um espírito altruísta, que só dá, cria uma importância. E este excesso de importância te tira do lugar, é prejudicial para a saúde.

Neste caso, temos de trabalhar a humildade, assumir que eu preciso sim, da ajuda do outro, do reconhecimento das próprias limitações para ter uma vida mais equilibrada e feliz.

Espero ter ajudado.

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