A toxina botulínica, como o próprio nome diz, é produzida por uma bactéria anaeróbia chamada Clostridium botulinum, que em condições apropriadas à sua reprodução (10°C, sem oxigênio e certo nível de acidez), cresce e produz sete sorotipos diferentes de toxina (A, B, C1, D, E, F e G). Dentre esses, o sorotipo A é o mais potente e utilizado para o “botox”.
Para fins terapêuticos, é utilizada uma forma purificada, congelada a vácuo e estéril da toxina botulínica tipo A. Quando aplicada em pequenas doses, ela bloqueia a liberação de acetilcolina (neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do cérebro aos músculos) e, como resultado, o músculo não recebe a mensagem para contrair.
História da toxina botulínica
No final da década de 60, o oftalmologista americano Alan B. Scott, que buscava alternativas para o tratamento não cirúrgico do estrabismo, obteve do Dr. Edward J. Schantz amostras da toxina botulínica tipo A para testá-la em músculos extraoculares de macacos. A experiência foi bem sucedida e Scott publicou seu primeiro trabalho sobre o assunto em 1973, confirmando a toxina botulínica tipo A como uma alternativa eficaz para o tratamento não cirúrgico do estrabismo.
Ainda na década de 70, Scott recebeu autorização do Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula o setor de medicamentos dos Estados Unidos, para utilizar a toxina em seres humanos, conduzindo estudos durante os anos 1977 e 1978. Ele descobriu que o produto, quando injetado, relaxa os músculos. Deduziu então que a aplicação local em determinados músculos interromperia momentaneamente o movimento muscular anormal e, dessa forma, corrigiria o problema.
E foi a partir do uso terapêutico, que surgiu o uso cosmético. Quando o casal canadense Jean e Alastair Carruthers, oftalmologista e dermatologista respectivamente, observou a melhora das rugas em pacientes tratados para indicações terapêuticas, como blefaroespamo, iniciou os primeiros estudos na área. Deste então, o uso cosmético da toxina botulínica tipo A evoluiu e se expandiu em todo mundo.
No Brasil, a marca BOTOX foi aprovada em 1992 para indicações terapêuticas e em 2000 para o tratamento de rugas e hiperidrose axilar e palmar. Por ser a primeira aprovada, BOTOX® tornou-se muito conhecida e, por isso, virou sinônimo do procedimento.
Como é a aplicação?
A aplicação controlada da toxina botulínica por médico especialista não oferece qualquer risco de doença ao paciente.
O número de picadas necessárias e os pontos em que ocorrerão as aplicações são definidos de acordo com os objetivos do paciente e sob as recomendações médicas. A intenção é que os resultados sejam sempre os mais naturais possíveis, por isso a opinião do especialista é fundamental.
A aplicação da toxina botulínica não leva mais do que meia hora e é feita em uma única sessão. Os efeitos podem ser sentidos após somente 48 horas, mas eles não são definitivos. Normalmente, duram de quatro a seis meses. Depois, é necessário fazer uma nova aplicação.
Em geral, não é preciso anestesiar o local antes do procedimento e tampouco exige-se repouso ou recuperação.
Indicações
O procedimento relaxa a musculatura de forma a disfarçar a aparência das rugas já existentes e prevenir o surgimento de rugas mais profundas.
Além do uso estético a toxina é indicada para tratamento de hiperidrose axilar, palmar e plantar, assim como bruxismo, afinamento do rosto e sorriso gengival.
A primeira coisa é sempre consultar um especialista antes de fazer o agendamento. Explique a ele suas intenções com o tratamento e pergunte sobre os locais do corpo em que ele recomendaria a aplicação.