Afinal, chupeta faz mal ao bebê? Entenda quando dar e evitar

Atualizado em 11 de novembro de 2019

Por: Gabriel Politano

ODONTOLOGISTA | CRN 74931

Difícil dizer se há algo mais controverso do que a indicação do uso de chupeta por parte de profissionais versus a vontade própria de uso por parte dos pais. O consenso nunca existirá, por isso o bom-senso sempre deve prevalecer. Mas vamos entender de uma vez por todas se chupeta faz mal?

Chupeta faz mal?

Tradução do termo inglês “pacifier”, a chupeta, “pacificadora”, as vezes é vista como a salvação dos pais para momentos de ansiedade e muito choro dos bebês, mas cautela é importante.

Precisamos primeiro entender o motivo do choro. Em muitos casos é fome, em outros vontade de aconchego, frio, necessidades fisiológicas, dentre outros. Por isso, apesar de a chupeta realmente ter o poder de acalmar o bebê em algumas situações, são válidos alguns cuidados.

Risco

A principal preocupação com o uso da chupeta desde os primeiros dias de vida é o eventual risco de “confusão de bico” e desmame precoce, ou seja, quando a criança se acostuma com a sucção da chupeta e deixa o peito de lado. Isso não seria nada legal, porque amamentar até os seis meses de forma exclusiva e até 2 anos ou mais com complementos é muito importante.

Por isso, apesar dos estudos científicos terem dificuldade em comprovar tal relação, é mais saudável ficar a favor do aleitamento e tentar evitar o uso da chupeta no primeiro mês de vida. E depois? Está liberado? Também não é bem assim. Se os pais conseguirem evitar, melhor.

Caso sintam muita necessidade, é possível utilizar com muita cautela, somente nos momentos de sono, removendo a chupeta quando a criança estiver acordada.

Benefício

Outro assunto que tem sido muito estudado é a possível relação de proteção que a chupeta pode trazer para evitar a Síndrome da Morte Súbita do Lactente. Associações médicas importantes, como a Associação Americana de Pediatria, consideram o uso da chupeta para todas as sonecas com esse objetivo, mas somente a partir do primeiro mês.

Esse assunto também não deixa de ter controvérsias, uma vez que o simples aleitamento materno já protege bastante contra essa situação.

O que fazer?

Na prática, portanto, podemos resumir tudo da seguinte forma, sempre com embasamento dos estudos publicados:

  • Se possível, evitar o uso da chupeta em âmbito populacional;
  • Evitá-la, principalmente, no primeiro mês de vida;
  • Caso optem pela chupeta, é fundamental usar uma com bico anatômico e somente nos momentos de grande irritação e sonecas;
  • Remover o hábito por completo, no máximo, até os 2 anos de idade.

Com essas considerações, as crianças terão menos riscos de problemas esqueléticos e musculares provocados pelo uso prolongado ou inadequado da chupeta. No entanto, o acompanhamento profissional é importante sempre devido à predisposição que alguns pequenos podem ter a alterações.

Os textos, informações e opiniões publicadas nesse espaço são de total responsabilidade do autor. Logo, não correspondem, necessariamente, ao ponto de vista do Ativo Saúde