Câncer de ovário: causas, diagnóstico e como tratar

Atualizado em 28 de novembro de 2019

Por: Dr. Artur Malzyner

ONCOLOGISTA | CRM 20456

O câncer de ovário é um tumor maligno que se caracteriza pelo desenvolvimento de células malignas nos ovários, tuba ou peritônio. Este tipo de câncer pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas acomete principalmente mulheres acima de 50 anos. É um câncer pouco frequente, porém de elevada mortalidade.

Causas

O câncer de ovário não tem causa completamente esclarecida, mas sabe-se que se inicia a partir de mutações dos genes das células de um tecido conhecido como epitélio mulleriano, presente nos ovários, na tuba e no peritônio. Estas mutações acarretam uma proliferação celular incessante, acompanhada da capacidade de invasão dos tecidos e vasos adjacentes.

Em caso de disseminação pelo peritônio, a evolução inicial, frequentemente silenciosa, pode levar a formação de múltiplos nódulos e coleção de liquido de volume variável dentro do abdômen conhecida como ascite.

Como diagnosticar?

O câncer de ovário tem um diagnostico precoce dificultado devido ao fato de que as suas manifestações clínicas se tornarem aparentes principalmente nos estágios mais avançados da doença, quando já ocorreu disseminação pela pelve ou abdômen superior ou mesmo para outros órgãos.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde (INCA), são registrados no Brasil aproximadamente 5 mil casos novos por ano, sendo que 3/4 dos mesmos apresentam-se em estágios já avançados no momento do diagnostico.

O risco para o desenvolvimento do tumor de ovário é maior para mulheres com histórico familiar da doença, mulheres que nunca engravidaram, inicio dos ciclos menstruais antes dos 12 anos, menopausa após os 50 anos, infertilidade, reposição hormonal, tabagismo e mulheres que apresentam síndrome do ovário policístico. Por outro lado, alguns fatores parecem estar associados à redução do risco como uso de pílula anticoncepcional e amamentação.

O diagnostico é realizado pelo aparecimento de uma massa peritoneal ou ovariana em exame de imagem, usualmente o ultrassom, exames de sangue na investigação do marcador CA:125 e se necessário biopsia para analisar o tecido do ovário em busca de células cancerosas. Se houver histórico familiar de câncer de ovário ou de mama, estas informações devem ser relatadas ao médico, já que em torno de 40% dos casos deste câncer está relacionado com a mutação de um gene herdado chamado BRCA.

Tratamento para câncer de ovário

A escolha do tratamento e os resultados em longo prazo para paciente com câncer de ovário dependem do tipo e estágio do câncer. Sua idade, saúde geral, qualidade de vida e desejo de ter filhos também devem ser considerados. As opções de tratamento podem ser a remoção cirúrgica do tumor e quimioterapia. Raramente se tem motivo para indicar radioterapia.

Segue sendo estudada uma modalidade mais vigorosa de tratamento do peritônio chamado peritoniectomia associado à quimioterapia hipertérmica, na qual se aquece á 40°C os quimioterápicos e os despejamos na cavidade abdominal durante o procedimento cirúrgico.

Relembrando que evitar ou diagnosticar mais precocemente é sempre mais eficiente que tratar a moléstia em fase mais avançada, recomenda-se exames periódicos indicados pelo ginecologista ou médico de família, como exemplo ultrassom pélvico e dosagem do CA:125, e manter hábitos saudáveis como, prevenção da obesidade, atividade física, evitar o tabagismo e ingestão de álcool, e fazer uso ponderado da reposição hormonal.

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