Na tentativa de achar o melhor método de emagrecimento, muitas pessoas acabam chegando na reeducação alimentar como alternativa mais segura e eficiente.
Os nutricionistas são unânimes sobre ela: é, de fato, o que mais funciona para emagrecer com saúde – mental e física – e manter os resultados por anos. Saiba mais sobre a reeducação alimentar, sua importância e como funciona.
O que é a reeducação alimentar?
Embora não seja uma dieta especificamente, a reeducação alimentar é o caminho mais adotado em consultórios e clínicas de nutrição.
Isso ocorre, como explica a nutricionista Beatriz Christal Catalani, porque é a medida mais eficiente para que o paciente emagreça, ganhe saúde e mantenha esse padrão por anos, muitas vezes pela vida toda.
Neste processo não há fórmulas pré-estabelecidas ou alimentos mágicos. “Reeducação alimentar é o momento de fazer as pazes com a comida, reavaliar comportamentos, hábitos e crenças alimentares, deixar de lado o terrorismo nutricional e melhorar a base de se relacionar com a comida no dia a dia”, explica a profissional.
Benefícios da reeducação alimentar
Como é uma estratégia saudável, a reeducação alimentar apresenta inúmeros benefícios. Mas os mais importantes são:
Melhora a relação com a comida
Ao não proibir o consumo de nenhum alimento, a estratégia acaba fazendo com que o paciente faça as pazes com a comida e aprenda a comer de maneira controlada – ajudando contra a compulsão alimentar – os grupos mais frequentemente exagerados, como doces, carboidratos refinados e álcool.
Melhora a qualidade da alimentação
Ao se tornar protagonista do processo, o paciente também aprende a comer de maneira mais saudável, o que a longo prazo resulta em escolhas mais naturais e equilibradas.
Ajuda a emagrecer
A reeducação alimentar emagrece também porque, ao ensinar sobre equilíbrio e boas escolhas, o indivíduo passa a seguir com mais tranquilidade o plano alimentar sugerido, ação que traz resultados para o corpo.
Evita o efeito sanfona
Como atua no comportamento e na mudança de hábitos, a reeducação alimentar é também a melhor alternativa para evitar o efeito sanfona – que é a dificuldade de manter o peso após emagrecer.
Otimiza a nutrição
A escolha por alimentos naturais e saudáveis consequentemente aumenta o consumo de vitaminas e minerais, substâncias essenciais para a nutrição do organismo.
Estimula um sono saudável
As escolhas naturais e equilibradas também afetam o sono, que passa a ser de mais qualidade e mais revigorante, padrão importante para o controle de funções como a produção hormonal.
Aumenta o foco e a disposição
Com um sono de qualidade e com a produção hormonal saudável, o foco, a disposição e todas as ações mentais e físicas são otimizadas.
Auxilia no cuidado com saúde mental
A produção hormonal e a disposição para colocar o corpo para se mexer apresentam impactos na saúde mental. Não à toa, a reeducação alimentar é passo importante no tratamento de ansiedade e depressão, por exemplo.
Previne doenças
Ao melhorar o sistema imune, a estratégia também reduz os riscos de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade, problemas renais e cardiovasculares.
Como fazer uma reeducação alimentar?
De acordo com Beatriz, o primeiro passo para começar a reeducação alimentar ter vontade e acreditar no processo. “Ela precisa estar aberta ao novo e entender que não haverá restrições de alimentos”, comenta.
Em seguida, é preciso procurar um profissional da área da nutrição. É esse profissional quem vai ajudar o paciente a entender a maneira nociva como se relaciona com a comida.
Depois desse essencial passo, chamado de análise comportamental, analisando a rotina do paciente, o nutricionista vai elaborar uma dieta adequada com os itens indicados e as quantidades corretas.
O que pode comer na reeducação alimentar?
O princípio dessa estratégia é não proibir nenhum tipo de alimento. “Não há restrição de alimentos, mas sim ajustes e organizações de quantidades e qualidades diárias”, explica a profissional.
Dependendo do objetivo do paciente, as recomendações diárias mudam. Se o paciente for diabético, por exemplo, reduz-se alimentos com alta carga glicêmica. Já se o objetivo é perder gordura, calcula-se uma rotina alimentar com déficit calórico.
De maneira geral, a nutricionista, a divisão da macronutrientes é feita com:
- 55% a 60% de carboidratos
- 15% a 20% de proteínas
- 25% a 30% de lipídio
A adaptação é gradativa. Geralmente começa-se aumentando o consumo de frutas, verduras e legumes e reduzindo os industrializados.
Em seguida, o paciente passa a consumir carboidratos integrais, aumenta a ingestão de água e é ensinado a optar sempre por alimentos naturais. Assim, passo a passo, as mudanças começam a ocorrer e a se fixarem.
Resultados
Os resultados comportamentais e físicos já começam a aparecer na 12º semana, comenta Beatriz. Mas mesmo depois das percepções iniciais é essencial persistir até que o novo jeito de se relacionar com a comida se torne um hábito consolidado.
Para a manutenção dos resultados, o mais importante é ter em mente que o processo é para a vida toda e que é preciso ter paciência consigo.
“Nunca pare até você atingir seu objetivo. Erros são normais, escorregar na alimentação é normal. Quando isso acontecer, basta voltar para as boas escolhas na próxima refeição. Nenhuma mudança alimentar é rápida. Entenda sua escolha, saiba seu objetivo e tenha paciência com o processo”, orienta a profissional.
Fontes
Nutricionista Beatriz Christal Catalani, do Lar São João