Sequelas do AVC têm cura? Saiba mais sobre o tratamento

Atualizado em 29 de julho de 2019

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POR Lucas Coelho

O tratamento do AVC varia muito de acordo com o tipo e a gravidade do problema. Enquanto no AVC isquêmico o objetivo é retomar o fluxo sanguíneo no cérebro o mais rápido possível, no AVC hemorrágico é preciso agir ainda mais rapidamente para evitar sequelas graves.

O primeiro tipo de derrame é o mais comum e, felizmente, o menos grave de dois. Pessoas que sofrem de um AVC isquêmico dificilmente ficam com alguma lesão cerebral. Já o segundo tipo é uma forma bem mais grave da doença e costuma deixar sequelas.

Mas a grande dúvida é: sequelas do AVC têm cura ou são sempre irreversíveis? O que contribui para a gravidade da lesão decorrente de um acidente vascular cerebral, além da intensidade do próprio derrame?

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Esses questionamentos são muito comuns. Por isso, separamos as respostas para essas e outras perguntas abaixo. Continue lendo para saber mais sobre o tratamento de AVCs e detalhes sobre as lesões que podem ser provocadas pelo entupimento ou rompimento de uma artéria do cérebro.

Tratamento do AVC

Quando uma pessoa estiver sofrendo um AVC, ou se quem estiver ao redor dela no momento tiver fortes suspeitas de que os sintomas que ela está manifestando são de um acidente vascular cerebral, a primeira coisa que deve ser feita é levá-la imediatamente para ter atendimento médico.

No pronto-socorro, exames laboratoriais serão conduzidos para saber se trata-se de fato de um AVC. O tratamento começa no momento em que o diagnóstico der positivo.

Tratamento para AVC isquêmico

Quando ocorre um AVC isquêmico, o fluxo de sangue que corre para o cérebro foi somente interrompido momentaneamente. Por isso, a equipe médica geralmente entra com o uso de algum medicamento que auxilie no re-estabelecimento do fluxo sanguíneo na região afetada do cérebro.

Aqui, é sempre bom lembrar que quanto mais cedo o tratamento começar, menos serão as chances de ficar alguma sequela.

Alguns pacientes, no entanto, podem ter algum impedimento para este tipo de terapia. Nesses casos, outras medidas possíveis são o uso de anticoagulantes ou até cateterismo das artérias intracranianas.

Tratamento para AVC hemorrágico

O AVC hemorrágico é um tipo bem mais grave de derrame e exige atendimento de emergência. Ele acontece quando uma artéria se rompe dentro do cérebro e provoca sangramento (hemorragia interna).

Por isso, quase sempre é necessário realizar uma cirurgia para reparar a artéria que se rompeu. Já as fases seguintes do tratamento são conduzidas em conjunto por uma equipe multidisciplinar, com acompanhamento dos sinais vitais e de eventuais sequelas e outros problemas que o paciente possa apresentar durante a recuperação.

Quando ocorre um AVC hemorrágico, as chances de ficar sequelas são grandes. Assim, o tratamento não cessa quando o paciente estiver totalmente recuperado do acidente vascular cerebral.

Pelo contrário: a pessoa passa a ser acompanhada de perto por um fisioterapeuta para começar a reabilitação motora, por um fonoaudiólogo para orientar a fala e a deglutição, e também por uma terapeuta ocupacional, que irá ajudar a reinserir o paciente em sua rotina e atividades diárias.

“Muitas vezes, a equipe de psicologia também pode ajudar o paciente a lidar com mudanças em sua anatomia por causa do AVC”, explica Raphael Spera, neurologista do Hospital Samaritano, em São Paulo.

Sequelas do AVC

Os problemas decorrentes de um acidente vascular cerebral, que são bastante conhecidos como as sequelas do AVC, costumam depender muito da gravidade e da intensidade do derrame. Mas não só.

O tempo de demora para o atendimento e a qualidade dos cuidados médicos que o paciente recebeu também influenciam diretamente nas sequeles que ele pode vir a ter ou não.

Ou seja, se for um derrame menos intenso, tratado de forma rápida e competente, a chance de sequelas é menor, ou, mesmo que aconteçam, podem ser mais leves e facilmente tratáveis.

Como já foi citado, o AVC é uma doença que mata e que também pode incapacitar uma pessoa. Manter a autonomia do paciente é extremamente importante.

Sequelas mais comuns

As sequelas mais comuns são as motoras, como:

  • Dificuldade para andar;
  • Dificuldade para manter o equilíbrio;
  • Dificuldade para realizar atividades utilizando os membros superiores, como pegar objetos e realizar atividades mais meticulosas com as mãos;
  • Prejuízo definitivo na fala;
  • Capacidades cognitivas do indivíduo comprometidas, como raciocínio, memória e atenção.

Qual o papel da família?

Quem sofre um AVC deve contar com o apoio de familiares e amigos próximos após o episódio, principalmente se houver sequelas.

Um derrame que deixa graves consequências modifica a rotina não só da pessoa que o sofreu, mas de todos ao seu redor. Mas a adaptação não precisa ser difícil, por isso é importante que os parentes se informem o máximo possível sobre como podem fazer para ajudar.

Dar suporte emocional e físico é essencial. Eles devem ajudar o paciente a conseguir viver de forma autônoma e, além disso, uma reorganização ou adaptação da casa podem ser medidas importantes.

É provável também que os familiares precisem estar envolvidos no tratamento, ajudando a organizar as medicações e acompanhando durante a rotina de locomoção para consultas e sessões de terapia.

Prevenção

A melhor forma de se evitar um AVC é levar uma vida saudável, ativa e de alimentação balanceada.

“É importante controlar a pressão arterial e acompanhar os sinais da diabetes, de colesterol e de outras possíveis patologias cardíacas”, explica Raphael Spera.

Da mesma forma, também é fundamental deixar de lado os vícios: drogas, tabagismo e álcool aumentam muito sa chances de um AVC.