Coronavírus (COVID-19): entenda a nova pandemia

Atualizado em 06 de maio de 2020

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POR Bruno Botelho dos Santos

Coronavírus (Sars-Cov-2), um novo vírus da grande família viral coronavírus, está causando um surto de doenças respiratórias graves no mundo, chamada de COVID-19. Até o momento, sabe-se que mais de 250 mil pessoas morreram e quase 4 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus, que apareceu na cidade chinesa de Wuhan em dezembro de 2019. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia de novo coronavírus, visto que a disseminação já ocorreu em mais de 100 países e em todos os continentes no mundo. Saiba mais.

Coronavírus de 2019 (COVID-19)

O novo coronavírus (COVID-19) é um vírus identificado como a causa de um surto de doença respiratória detectado pela primeira vez em Wuhan, na China. 

Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, conhecidos desde os anos 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Mas apenas seis tipos (sete com o novo) são conhecidos por infectar pessoas.

Os casos mais emblemáticos de coronavírus foram SARS e MERS:

  • Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS): matou 774 das mais de 8 mil pessoas infectadas em um surto iniciado na China em 2002
  • Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS): matou 858 dos 2.494 casos registrados desde que surgiu em 2012 no Oriente Médio.

Pandemia de novo coronavírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o novo coronavírus é uma pandemia. Isso significa a disseminação mundial de uma nova doença, que afeta um grande número de pessoas, e uma epidemia que se espalhou por vários países ou continentes, geralmente afetando um grande número de pessoas.

A OMS não declarava pandemia desde 2009, quando atribuiu o termo à gripe H1N1.

Transmissão

Coronavírus diferentes podem sofrer mutações e se recombinar, gerando agentes inéditos. Eles, raramente, podem pular entre espécies animais (os hospedeiros) e eventualmente infectar os seres humanos, como aconteceu com MERS e SARS .

São vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais, como camelos, gado, gatos e morcegos. A origem do surto atual ainda não está clara, mas acredita-se que a fonte primária do vírus seja em um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan.

As investigações sobre transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo.

Sua transmissão acontece de forma semelhante à influenza (gripe), pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:

  • Gotículas de saliva
  • Espirro
  • Tosse
  • Catarro
  • Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão
  • Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos

A Organização Mundial da Saúde anunciou que o nome oficial da doença causada pelo novo coronavírus passará a ser chamada de COVID-19.

Sintomas 

Nas infecções confirmadas por Covid-19, os pacientes variaram de pessoas que estão levemente doentes a pessoas que estão gravemente doentes e morrendo. Os sintomas do coronavírus podem incluir:

  • Febre (normalmente acima de 37,5ºC)
  • Tosse
  • Falta de ar

Outros sintomas que podem aparecer, são: dores no corpo, congestão nasal, coriza, dor de garganta ou diarreia. Eles, geralmente, são leves e que evoluem gradativamente.

O período de incubação – que é o tempo entre a captura do vírus e o início dos sintomas da doença – do COVID-19 varia de 1 a 14 dias, geralmente em torno de cinco dias.

Grupos de risco

Alguns grupos podem desenvolver doenças graves com mais frequência e gravidade do que outros, que são os considerados grupos de risco:

  • Idosos
  • Pessoas com condições médicas pré-existentes, como pressão alta, doenças cardíacas, doenças pulmonares, câncer ou diabetes
  • Fumantes

Essas pessoas apresentam sistema imunológico mais fraco, correndo maior risco de contaminação e a possibilidade de uma recuperação mais lenta, exigindo maiores cuidados médicos.

Diagnóstico

Clínico

O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como síndrome gripal, no entanto, casos iniciais leves, subfebris, podem evoluir para elevação progressiva da temperatura e a febre ser persistente além de 3-4 dias, ao contrário da queda observada nos casos de Influenza.

O diagnóstico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame físico.

Laboratorial

O diagnóstico laboratorial para identificação do vírus SARS-CoV2, responsável pelo COVID-19, é realizado pelas técnicas de RT-PCR em tempo real e sequenciamento parcial ou total do genoma viral.

Teste rápido

O teste rápido é utilizado para detecção anticorpos IgM e IgG contra o coronavírus tem por base a metodologia de cromatografia de fluxo lateral. As amostras humanas que podem ser utilizadas no teste são:

  • Soro
  • Plasma
  • Sangue total (por coleta venosa ou punção digital)

O teste deve ser usado como uma ferramenta para auxílio no diagnóstico da doença por infecção pelo novo coronavírus. São testes qualitativos para triagem e auxílio diagnóstico.

Resultados negativos não excluem a infecção por SARS-CoV2 e resultados positivos não podem ser usados como evidência absoluta. O resultado do teste rápido deve ser interpretado por um médico com auxílio dos dados clínicos e outros exames laboratoriais confirmatórios.

Tratamento para o coronavírus

No momento, ainda não há vacina para o COVID-19, nem medicamento antiviral específico para prevenir ou tratá-lo. Possíveis vacinas e alguns tratamentos medicamentosos específicos estão sob pesquisa.

No entanto, as pessoas afetadas pelo vírus devem receber cuidados para aliviar os sintomas. Pessoas em situação grave e que são grupo de risco (idosos, pessoas com doenças respiratórias, fumantes, diabéticos e hipertensos) devem ser hospitalizadas.

A maioria dos pacientes se recupera graças aos cuidados de suporte e quando o quadro não é tão grave. As maneiras mais eficazes de proteger a si e aos outros contra o COVID-19 são as medidas básicas para prevenção.

Pacientes curados

O Ministério da Saúde define que são curados:

  • Casos em isolamento domiciliar: casos confirmados que passaram por 14 dias em isolamento domiciliar, a contar da data de início dos sintomas e que estão assintomáticos
  • Casos em internação hospitalar: diante da avaliação médica

Prevenção: orientações

Para evitar a proliferação do vírus, são recomendadas algumas medidas básicas para prevenção de agentes infecciosos, como:

  • Lavar as mãos com frequência usando produtos à base de álcool ou sabão e água
  • Ao tossir e espirrar, cubra a boca e o nariz com cotovelo ou algum tipo de tecido – jogue o tecido fora em seguida e lave as mãos
  • Evitar contato próximo com quem tem febre e tosse ou sofre de infecção respiratória aguda 
  • Se tiver febre, tosse e dificuldade em respirar, procure atendimento médico com antecedência e compartilhe o histórico de viagens anteriores
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca sem lavar as mãos
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
  • Usar máscaras que cobrem boca e nariz SOMENTE se apresentar o vírus COVID-19 ou tiver contato com alguém que apresenta

Mapa dinâmico que monitora casos do coronavírus

O Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, nos Estados Unidos criou um mapa dinâmico que possibilita o acompanhamento dos casos de contágio e mortes ocasionadas pelo coronavírus, com localizações exatas dos registros da doença.

Atualizado diariamente e com acesso público e gratuito, o Wuhan Coronavirus Global Cases oferece o número de ocorrências por estados e países, a quantidade de casos confirmados, de óbitos e de pacientes recuperados, além da evolução do surgimento de novos casos. Clique aqui para ter acesso ao mapa!

 

 

Fontes

Centers for Disease Control and Prevention. 2019 Novel Coronavirus, Wuhan, China. Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/index.html

Ministério da Saúde. Novo Coronavírus. Disponível em: http://saude.gov.br/saude-de-a-z/novocoronavirus

World Health Organization. Novel Coronavirus (2019-nCoV). Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019